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Brasil

Sindicalistas discutem com Pezão alternativas a demissões em siderúrgica

Arquivo Geral

11/01/2016 18h57

Em encontro fechado, os presidentes da Força Sindical, Miguel Torres, e do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, Silvio Campos, discutiram hoje (11) com o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, alternativas para evitar a demissão de 3 mil operários da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que tem uma usina, a Presidente Vargas, localizada no município de Volta Redonda, no sul do estado.

Torres considerou proveitoso o encontro com o governador, que, segundo ele, mostrou-se preocupado com a situação dos trabalhadores ameaçados de dispensa e com o aumento do desemprego no país, de um modo geral. “Ele [Pezão] ligou de pronto para a empresa, pedindo a abertura de diálogo e o uso de ferramentas que não sejam as demissões.” Para Torres, o posicionamento do governador foi importante porque a Força Sindical também está trabalhando a questão em outras frentes, com o governo federal. Torres disse que a central fará o que for possível para evitar as demissões e que, se as dispensas forem efetivadas, terá de “fazer muito barulho”.

De acordo com Silvio Campos, Pezão disse que está tentando um canal de negociação com o diretor financeiro da CSN, Paulo Caffarelli. Campos lembrou que outras empresas instaladas na região, entre as quais as montadoras Nissan, Volkswagen e Peugeot, e o grupo Votorantim, encontraram alternativas para driblar a crise, sem demitir. “A CSN quer partir direto para a demissão sumária”, afirmou o dirigente sindical. Ele acrescentou que na última sexta-feira (8) e também hoje (11) a CSN fez demissões. “Não sabemos o número exato porque, como a companhia tem dez dias para fazer a homologação, não fala quantas pessoas demitiu”. Silvio Campos estima, entretanto, que os demitidos desde o dia 8 já passam de 300.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense destacou que a demissão de 3 mil trabalhadores equivaleria ao corte de 30% dos 10,8 mil operários da companhia. Segundo Campos, as demissões estariam vinculadas à paralisação do Alto-Forno 2 da usina, responsável por 30% da produção da CSN. “Se ela [CSN] perder o [Alto-Forno] 2, quando essa crise passar, vai fazer muita falta para ela.”

A assessoria de imprensa da CSN informou que a parada do Alto-Forno 2 não está acertada ainda, nem se o objetivo seria fechar para manutenção ou para reforma. “Depende da análise do mercado. Não há uma posição fechada sobre o desligamento do alto-forno”. Também não há data estabelecida para que isso ocorra. Para Campos, a reforma do alto-forn, que dura de seis meses a um ano, seria o mais recomendável no momento e. nesse caso, o sindicato negociaria a recontratação dos demitidos após a conclusão da obra.

Segundo Campos, a CSN “finge que está negociando”, mas deveria convocar o sindicato para uma negociação mais séria e concreta. “Ela está completamente abstrata.”

Com a conversa dos sindicalistas com Pezão, a assembleia programada para amanhã (12), na porta da CSN, em Volta Redonda, poderá ser adiada para quinta-feira (14), “para aguardar se o governador vai ter uma resposta (da companhia)”. A assembleia vai debater as medidas que poderão ser tomadas para evitar as 3 mil demissões.

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