Pelo menos sete suspeitos foram mortos em confrontos com forças de segurança durante uma megaoperação integrada realizada nesta sexta-feira (10) em diversos pontos do Rio de Janeiro. A ação ocorre um dia após a morte de Ygor Freitas de Andrade, o “Matuê”, um dos principais chefes do Comando Vermelho (CV).
As forças policiais atuaram em 15 comunidades da capital e da Região Metropolitana, com o objetivo de desarticular a estrutura logística e operacional da facção criminosa.
Seis das mortes ocorreram durante a madrugada, em uma ação do 41º BPM (Irajá) no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, na Zona Norte. Segundo a Polícia Militar, as equipes foram recebidas a tiros e houve confronto. Outro suspeito morreu em operação do 15º BPM (Duque de Caxias) no Complexo da Mangueirinha, onde cinco pessoas foram presas.
A operação mobilizou unidades de elite como o Bope, o Batalhão de Choque e equipes da Polícia Civil, que atuaram em comunidades como Cidade de Deus, Gardênia Azul, Chacrinha, Muzema, Tijuquinha, Morro do Banco e Rio das Pedras — esta última dominada por milicianos.
Durante as ações, serviços públicos foram afetados. A Secretaria Municipal de Saúde informou que uma clínica da família em Rio das Pedras manteve o atendimento, mas suspendeu visitas domiciliares. Já em Duque de Caxias, aulas foram canceladas em escolas e creches próximas às áreas de confronto.
A mobilização faz parte da Operação Contenção, criada para frear o avanço do Comando Vermelho e reduzir os índices de violência em comunidades dominadas pela facção. Desde abril, a Polícia Civil já prendeu 98 criminosos e “neutralizou” outros dez em confrontos.
Entre os mortos está Matuê, apontado como chefe do tráfico na Gardênia Azul e na Chacrinha. Ele era investigado por homicídios e ataques a policiais, incluindo o assassinato do agente José Antônio Lourenço, em maio. Contra ele, havia três mandados de prisão em aberto.