FOLHAPRESS
O estado de São Paulo registrou 25 casos confirmados de intoxicação por metanol segundo boletim da Secretaria de Estado da Saúde desta sexta-feira (10). Outros 160 casos estão sob investigação.
O número de suspeitas descartadas subiu para 189, com 37 eliminações após análises clínicas e epidemiológicas. O total de mortes permanece em cinco confirmadas, enquanto outras seis permanecem em investigação.
Ainda na sexta, a polícia desativou uma fábrica clandestina em São Bernardo do Campo que produzia bebidas alcoólicas adulteradas com metanol, uma substância altamente tóxica de uso industrial.
Segundo o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, o grupo criminoso adquiria a substância diretamente em postos de combustível, onde era vendida como etanol adulterado, e a utilizava para falsificar destilados como vodca e uísque.
A operação que levou à descoberta do local foi motivada pela morte de duas pessoas por intoxicação. As vítimas, Ricardo Lopes, 54 anos, e Marcos Antônio Jorge Júnior, 46 anos, consumiram as bebidas contaminadas no Bar Torres, na Mooca, um estabelecimento abastecido por uma distribuidora que comprava da fábrica clandestina. Tanto o bar quanto a fábrica foram interditados pelas autoridades.
Na quinta-feira (9), duas novas prisões ocorreram no estado de São Paulo no âmbito da operação contra bebidas adulteradas. Em São José dos Campos, um homem foi detido por fabricar e rotular bebidas de forma irregular em um depósito clandestino.
Em Cajamar, na região metropolitana, outro homem foi preso durante uma busca em uma adega. A polícia apreendeu cerca de 915 garrafas de uísque, vodca e gim com indícios de falsificação.
Derrite afirmou que não há indícios de envolvimento do PCC (Primeiro Comando da Capital) na adulteração das bebidas. No início da semana, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, levantou a hipótese de participação do crime organizado, com base em uma ação policial contra a infiltração de criminosos em postos de combustível e no setor financeiro. No entanto, não há evidências disso que comprovem isso até o momento.
Desde 29 de setembro, já foram apreendidas mais de 20 mil garrafas de bebidas, 480 mil rótulos e 113 mil recipientes vazios. Ao todo, 49 pessoas foram presas, sendo 28 delas nas operações mais recentes.
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informou que o próximo balanço dos casos será divulgado na segunda-feira (13).