Cerca de 60 cidades participam amanhã da 7ª jornada brasileira “Na cidade sem meu carro”, seek que prevê atividades como o isolamento de trechos de ruas e praças para criar espaço de convivência. Nesse dia, as prefeituras podem promover atividades recreativas e artísticas e os cidadãos deixam os caros em casa e buscam outras alternativas de transporte, como ônibus, metrô, bicicletas ou até mesmo caminhadas.
São Paulo e Rio de Janeiro estão entre as cidades que participam pela primeira vez da jornada, desde que a proposta foi trazida para o Brasil em 2000. Criada na França em 1998, a iniciativa envolverá, neste ano, 1,8 mil cidades. No Brasil, a jornada é promovida pelo Ministério das Cidades e coordenada pela organização não-governamental Instituto da Mobilidade Sustentável RuaViva.
“É uma reflexão do que é a cidade sob o domínio do automóvel”, afirmou o diretor do Instituto RuaViva, Nazareno Affonso. Segundo ele, só quem tem idosos e crianças na família sabe avaliar o medo que um passeio pela cidade pode gerar. “Eles ficam o tempo todo ameaçados de forma real. Nós matamos 100 pessoas por dia e deixamos outras 600 com deficiências, por dia, no Brasil”, afirmou.
Affonso acrescentou que não está pregando a eliminação do carro, mas a criação nas cidades de sistemas de transporte, com ônibus e metrô integrados com áreas periféricas com estacionamentos para carros e bicicletas. Ele também defendeu redução das tarifas de transporte público. Para ele, não é difícil implantar essas mudanças nas cidades, basta vontade política.