O Ministério da Saúde vai tornar obrigatório o teste NAT no sangue usado para transfusão no País. A decisão foi anunciada semana passada pelo coordenador Guilherme Genovez. A promessa feita por ele é a de que a portaria seja assinada nesta terça-feira, 12. “Vamos ver o que diz o texto. A princípio, temos o que comemorar”, afirmou o presidente Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), Cármino de Souza.
Antiga reivindicação de especialistas, o teste NAT traz maior segurança para o sangue usado em transfusões. A técnica permite identificar traços de vírus pesquisados – HIV e hepatite C e hepatite B. Algo mais preciso do que a técnica atualmente empregada, que localiza a reação do organismo ao vírus, os anticorpos.
Por causa da limitação, os exames hoje usados elevam o risco da janela imunológica, período em que o indivíduo já é portador do vírus, mas como não há anticorpos, o teste dá como resultado o “falso negativo.” Souza, está apreensivo em saber, no entanto, qual o cronograma que será exigido para implantação do teste na rede pública e particular e também a metodologia que será usada.
Ele defende que o exame, desenvolvido pela Fiocruz, seja empregado individualmente. “Ele não é tão sensível quanto outros existentes no mercado. Isso inviabiliza, por isso, o uso do teste em grupo.” A incorporação do NAT é esperada por especialistas há onze anos e anunciada pelo governo, há, pelo menos três.
Pelo cronograma inicial, o teste já deveria ter sido implantado, pelo menos, em março de 2012. No ano passado, no congresso anterior da ABHH, Souza havia feito o mesmo anúncio. Na época, ele afirmara que o teste deveria se tornar obrigatório em todo o País a partir de dezembro. Por problemas na segurança do teste, no entanto, o prazo foi adiado. “Agora esperamos que o anúncio seja de fato cumprido”, disse Souza.
Lígia Formenti