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Brasil

Promotoria solicita imagens de câmeras corporais de PMs que invadiram escola em SP

Promotoria apura ação de PMs e vandalismo cometido por pai de aluna durante atividade sobre mitologia dos orixás; diretora se afasta por problemas de saúde após o episódio

Redação Jornal de Brasília

19/11/2025 12h54

Foto: Reprodução/Google Street View

Foto: Reprodução/Google Street View

ISABELA PALHARES
FOLHAPRESS

O Ministério Público de São Paulo solicitou que o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) apresente as imagens das câmeras corporais dos policiais militares que entraram armados na Emei (Escola Municipal de Ensino Infantil) Antônio Bento, na zona oeste da capital, para intimidar educadores por causa de uma atividade sobre a mitologia dos orixás na cultura afro-brasileira.

Pediu ainda que a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) entregue as gravações das câmeras de vigilância da unidade que registraram o ato de vandalismo do pai de uma das alunas e a posterior ação policial.

O caso aconteceu no último dia 11 quando o pai da aluna, que é sargento da PM, intimidou a diretora da escola por um desenho que a filha teria feito para a atividade. Ele ainda rasgou uma parte do mural preparado pelas crianças.

No dia seguinte, quatro policiais militares foram armados à escola, um deles com uma metralhadora, e começaram a questionar a diretora sobre o episódio. Eles teriam dito que receberam denúncia sobre a escola forçar ensino religioso às crianças.

Depois do episódio, a diretora da escola pediu licença médica e foi afastada temporariamente do trabalho. Ela disse estar enfrentando problemas de saúde mental.

A gestão Tarcísio informou, por meio da SSP (Secretaria da Segurança Pública), que a PM vai apurar a conduta dos agentes envolvidos.

“A Polícia Militar instaurou apuração sobre a conduta da equipe que atendeu à ocorrência, inclusive com a análise das imagens das câmeras corporais dos policiais. A professora da unidade de ensino registrou boletim de ocorrência por ameaça contra o pai da estudante, sendo devidamente orientada sobre o prazo legal para representação criminal.”

Em nota, a gestão Nunes, por meio da Secretaria Municipal de Educação, disse que a assistente de direção da unidade irá substituir a diretora durante o afastamento médico. Também informou que a escola está sendo acompanhada pelo Núcleo de Apoio e Acompanhamento para a Aprendizagem, Núcleo de Educação para as Relações Étnico-Raciais e o Núcleo de Educação Infantil para o suporte necessário.

A apuração do Ministério Público atende a um pedido protocolado por parlamentares do PSOL, a deputada federal Luciene Cavalcante, o deputado estadual Carlos Giannazi e o vereador Celso Giannazi.

A apuração é conduzida pelo Geduc (Grupo de Atuação Especial de Educação), que acionou também a Promotoria da Justiça Militar.

Os promotores requisitaram a identificação dos policiais envolvidos, cópia das gravações das câmeras corporais e a confirmação de que o pai da aluna integra a PM e qual sua situação funcional.

E pediram à Secretária Municipal da Educação a identificação formal do pai da aluna, as imagens das câmeras da escola e informação sobre o suporte oferecido aos profissionais da unidade após o caso.

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