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Brasil

Policial que atirou com fuzil em trabalhadores fala em ‘injusta acusação’

Fernando Augusto Diniz ficará em prisão domiciliar; defesa alega inocência e necessidade de tratamento médico

Redação Jornal de Brasília

20/10/2025 17h07

Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

UOL/FOLHAPRESS

Os advogados do investigador Fernando Augusto Diniz, da Polícia Civil de Minas Gerais, preso após atirar com um fuzil contra trabalhadores de uma obra em Contagem (MG), afirmaram que a acusação contra o policial é “injusta”.

Defesa alega que o cliente é inocente e que ele foi vítima de “julgamento prematuro”. “Após o assassinato do gari Laudemir Fernandes, no qual vinculou-se a imagem da Polícia Civil de Minas Gerais, qualquer incidente que noticie a participação de agentes daquela instituição, ocorre o julgamento prematuro, com a criação de factoides”, diz nota do escritório Silveira e Silva Advogados.

Advogados afirmam que Fernando não pode ser enquadrado por tentativa de homicídio. “A partir das informações contidas nos laudos periciais e nas oitivas das próprias vítimas, o Poder Judiciário expressamente já disse não vislumbrar qualquer crime de homicídio, mas sim de uma pretensa lesão corporal, o que, por si só, já fragiliza a injusta acusação feita contra ele”, continua o comunicado.

Justiça determinou que Fernando ficará em prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica. O preso passou por audiência de custódia neste domingo (19), tendo o magistrado Marco Paulo Calazans convertido a prisão em flagrante em domiciliar após pedido dos advogados do investigador.

Defesa argumentou que o policial tem uma doença e que precisa de tratamento. No processo, os advogados explicaram que o preso tem “uma pequena lesão expansiva intramedular, na altura de T6-T7, em situação central e paracentral direita, sugerindo glioma bem diferenciado”. A defesa também alegou que o sistema prisional não conta com serviço médico assistencial na própria sede, além de serem precárias as condições de encaminhamento a UPAs, em situações de urgência.

INVESTIGADOR ATIROU POR VINGANÇA, ACREDITA POLÍCIA

A principal linha de investigação aponta para vingança por causa de desentendimentos. Diniz é filho de um vizinho da obra. A suspeita é a de que o pai do policial vinha discutindo com a empreiteira responsável pela construção. O investigador foi até o local e teria ordenado que os trabalhadores se deitassem antes dos disparos.

Uma perícia foi feita no local da obra. Um cartucho calibre 556 foi encontrado. Os dois homens baleados, de 32 e de 57 anos, foram encaminhados para o hospital, mas não se sabe o estado de saúde deles. Um dos feridos foi atingido na perna, mas conseguiu correr até a entrada da obra e acionar a PM.

Diniz tem 17 mil seguidores nas redes sociais e se apresenta como influencer. O investigador afirma ser graduado em Direito com especialidade em Segurança Pública pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Ele seria lotado na Puma (Patrulha Unificada Metropolitana de Apoio).

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