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Brasil

Polícia investiga se atentado com 4 mortes na fronteira com Paraguai foi acerto de contas do PCC

O crime aconteceu na madrugada de sábado em frente a uma boate. Os atiradores chegaram em uma caminhonete e efetuaram mais de cem disparos

FolhaPress

11/10/2021 17h04

Artur Rodrigues
SÃO PAULO, SP

A polícia paraguaia suspeita que o atentado que matou quatro pessoas na cidade de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, na fronteira com o Brasil, seja um acerto de contas do PCC (Primeiro Comando da Capital). O crime aconteceu na madrugada de sábado (10) em frente a uma boate. Os atiradores chegaram em uma caminhonete e efetuaram mais de cem disparos –seis suspeitos acabaram presos.

A suspeita é de que os assassinos tivessem como alvo Osmar Vicente Álvarez Grance, 32, conhecido como Bebeto, que também foi morto. Três mulheres foram mortas também: Hayllee Carolina Acevedo Yunis, filha do governador do estado paraguaio de Amambay, e as brasileiras Rhannya Jamilly Borges de Oliveira e Kalline Reinoso de Oliveira.

A polícia apura a suspeita de que Bebeto teria sido morto devido ao suposto envolvimento na prisão de 14 criminosos do PCC em uma lavanderia no dia 23 de março. Os membros da facção, por essa versão, suspeitariam que o homem possa ter dado informações à polícia que resultaram na operação.

Também são apurados relatos de que a vítima do atentado se portava de modo que desagradava os criminosos e teria dívidas. No entanto, as mortes das três jovens que acompanhavam Bebeto teriam gerado indignação em outros grupos criminosos, que ameaçam agir em represália à situação.

Uma carta enviada por supostos criminosos de outras organizações citou suspeitas de que Bebeto se passaria por pessoa poderosa e que as três jovens foram mortas injustamente apenas por estarem em sua companhia. Essa mesma carta de organizações justiceiras cobrou a prisão dos assassinos em 48 horas, caso contrário, um grupo de 3.000 homens, integrantes dessas organizações, iria agir.

Nesta segunda (11), a polícia paraguaia prendeu seis suspeitos de envolvimento com o crime. Segundo os dados divulgados, são seis brasileiros: Hywulysson Foresto, Juares Alvers da Silva, Luis Fernando Armani Silva e Simões, Gabriel Veiga de Souza, Farley José Cisto da Silva Leite Carrijo e Douglas Ribeiro Gomes.

Os homens foram presos em uma casa no bairro de Cerro Cora’i, em Pedro Juan Caballero. No local, também foram apreendidos três veículos, documentos de carros, celulares, joias e substância parecida com maconha.
Eles deveriam ser transferidos para Assunção.

As mortes se somam a outras que vêm sendo registradas na região. No final de setembro, por exemplo, o corpo de um brasileiro decapitado foi encontrado em Pedro Juan Caballero, a apenas cinco quilômetros da fronteira com Mato Grosso do Sul.

Neste final de semana, o primeiro assassinato ocorreu no lado brasileiro da fronteira, em Ponta Porã, na tarde de sexta-feira. A vítima foi o vereador local Farid Afif (DEM), 37, assassinado a tiros de pistola enquanto andava de bicicleta. Conforme a Polícia Civil, o autor dos disparos estava em uma moto.

Horas antes do crime, o vereador, que estava em seu segundo mandato e foi o nono mais votado entre os 17 eleitos em 2020, com 964 votos, publicou um vídeo em suas redes sociais em que aparece com a bicicleta. Na gravação, Afif relatou que estava em deslocamento para acompanhar atendimentos prestados à população da cidade de Mato Grosso do Sul.

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