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Brasil

Peritos criminais irão apurar causas de queda de rocha em Capitólio

A equipe deve sair de Belo Horizonte na manhã de amanhã com destino à cidade no sudoeste do estado

FolhaPress

12/01/2022 20h19

Pietra Carvalho
São Paulo, SP

Quatro peritos criminais foram selecionados para apurar as causas da queda da rocha em Capitólio (MG), que matou 10 pessoas no último sábado (8).

A equipe deve sair de Belo Horizonte na manhã de amanhã com destino à cidade no sudoeste do estado. Dois dos profissionais são especialistas em geologia, ciência que estuda diversos aspectos da Terra, incluindo sua composição e estrutura.

A novidade foi anunciada hoje nas redes sociais da Polícia Civil de Minas, que enviou três peritos. O quarto profissional, um dos especialistas em geologia, foi enviado pela Polícia Federal.

A rocha que despencou no último final de semana fazia parte do cânion do Lago de Furnas.

Leituras técnicas como a de Pedro Luiz Côrtes, geólogo do Instituto de Energia e Ambiente da USP (Universidade de São Paulo), já avaliaram que o incidente era previsível. “Os riscos eram evidentes. O fraturamento daquela rocha por causas naturais é facilmente perceptível. O fato de isso não ser presenciado com frequência não diminui o risco, não diminui o fato das pessoas poderem perder a vida”, disse ele à GloboNews em entrevista cedida na segunda-feira (10).

Buscas foram encerradas

Os dez mortos no incidente já foram identificados e sepultados. Todos estavam na mesma embarcação, chamada Jesus. Em reunião na manhã de ontem (11), na Delegacia Regional de Passos (MG), a Polícia Civil, o Corpo de Bombeiros, a Marinha e a Defesa Civil discutiram os próximos passos da averiguação sobre o que aconteceu no local.

Com todos os desaparecidos resgatados, não se viu mais necessidade de operação de busca no lago. “Até o momento não há mais desaparecidos. Os dez já corpos foram reconhecidos pela Polícia Civil com apoio da Polícia Federal”, afirmou Pimenta.

A perícia estima que há pelo menos duas lanchas no fundo do lago, além da “Jesus”, onde estavam os dez mortos, completamente destroçada pelo desmoronamento. A suspeita é que essas lanchas foram viradas pela onda gerada pela queda da rocha. Todos os passageiros foram resgatados com vida.

Averiguação de responsabilidade

Da parte da Polícia Civil, cabe agora averiguar os possíveis responsáveis pelo deslizamento. Pimenta diz que é precoce dar qualquer diagnóstico – se foi causa natural ou humana. Sete corpos foram resgatados no dia do acidente e outros três foram encontrados no último domingo (9).

Entre as vítimas, quatro eram da mesma família e os outros eram amigos. Todos estavam hospedados em um rancho em São José da Barra e fecharam um passeio de barco em Capitólio.

Análise de risco

O prefeito de Capitólio admitiu no domingo que nunca houve estudo de análise de risco geológico no local onde ocorreu o desabamento do paredão de rocha. No sábado, cerca de duas horas antes do desabamento, a Defesa Civil de Minas Gerais havia emitido um alerta para chuvas intensas na região com possibilidade de “cabeça d’água”.

Pelo menos quatro acidentes, com 13 mortos e seis feridos, ocorreram em rios e cachoeiras do sudoeste de Minas Gerais -onde fica Capitólio- nos últimos cinco anos, segundo levantamento do UOL.
Especialistas alertam para a necessidade de monitoramento e fiscalização em áreas turísticas semelhantes no país.

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