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Brasil

Pastor é condenado por racismo e ódio contra judeus no Rio

O líder da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo foi detido durante a Operação “Rófesh” (liberdade, em hebraico), em 24 de fevereiro

FolhaPress

01/07/2022 21h05

Mariana Moreira
Rio de Janeiro, RJ

O pastor evangélico Tupirani da Hora Lores foi condenado nesta quinta-feira (30) pela Justiça Federal do Rio de Janeiro a 18 anos e 6 meses de prisão por racismo devido a declarações consideradas ofensivas contra judeus.

O líder da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo foi detido durante a Operação “Rófesh” (liberdade, em hebraico), em 24 de fevereiro, no bairro do Santo Cristo, no centro do Rio e segue preso.

Em diversos vídeos publicados nas redes sociais, ele fazia declarações com ataques a negros, judeus, mulheres e a comunidade LGBTQIA+.

O advogado de defesa do pastor, Luiz Carlos de Araújo Júnior, disse que a sentença é desproporcional. “A pena foi exagerada. Acreditamos que pode ter havido pessoalidade na hora do julgamento. A sentença não condiz, na avaliação da defesa, com as ações do réu. O próximo passo é a apelação”, afirma.

A defesa tem cinco dias para recorrer da decisão.

A ação foi movida pela Conib (Confederação Israelita do Brasil) e pela Fierj ( Federação Israelita do Rio de Janeiro.

“Uma sentença histórica na luta contra o antissemitismo. É a maior pena aplicada no Brasil por esse tipo de crime, o que haverá de ajudar a inibir essa prática odiosa”, afirmou o advogado da Fierj, Ricardo Sidi .

Na decisão, a juíza federal Valéria Caldi Magalhães, da 8ª Vara Federal Criminal, afirmou que “os discursos proferidos pelo acusado Tupirani excedem os limites da liberdade de expressão”.

“Os discursos de ódio do réu são carregados de dolo de racismo e jamais poderiam ser tidos como uma razoável interpretação de textos bíblicos”, escreveu a juíza na sentença.

Os advogados do pastor afirmaram em sua defesa que ele sofre perseguição devido a sua pregação religiosa e que ele nunca agiu com a intenção de ofender algum grupo. “Os fatos narrados na denúncia dizem respeito a pregações religiosas e a um contexto exclusivamente dogmático, sequer orientado exclusivamente contra judeus”, diz o texto.

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