ALÉXIA SOUSA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)
O Paraná confirmou, nesta quarta-feira (22), mais duas mortes por intoxicação por metanol após o consumo de bebida alcoólica. As vítimas são uma mulher de 41 anos, moradora de Curitiba, e um homem de 43, de Almirante Tamandaré, na região metropolitana da capital.
Com os novos óbitos, o estado chega a três mortes confirmadas desde o início de outubro. A conta total de mortes no país vai a 14, sendo oito em São Paulo, três no Paraná e mais três em Pernambuco.
A mulher estava internada em estado grave desde o dia 11, após ingerir uma bebida contaminada.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, ela tinha doenças crônicas e outras comorbidades.
Já o homem deu entrada em um hospital de Curitiba na segunda-feira (20), com sintomas de intoxicação. O exame laboratorial confirmou o diagnóstico na terça-feira (21), e ele morreu no dia seguinte.
O primeiro óbito havia sido registrado em Foz do Iguaçu, no oeste do estado um homem de 55 anos.
Desde então, as autoridades têm reforçado o alerta sobre os riscos de bebidas adulteradas. O metanol, uma substância altamente tóxica, é incolor e inodoro e não pode ser identificado pelo sabor ou cheiro.
Mesmo pequenas quantidades podem causar cegueira e morte.
De acordo com a secretaria, o Paraná já contabiliza 25 notificações de suspeitas de intoxicação por metanol. Seis casos foram confirmados, sendo quatro em Curitiba, um em Almirante Tamandaré e um em Foz do Iguaçu. Quatro ainda estão sob investigação, e 15 foram descartados.
Dois novos casos suspeitos foram notificados nesta quarta-feira: um homem de 55 anos internado em Curitiba e outro de 54, em São Miguel do Iguaçu, no oeste. Ambos permanecem hospitalizados.
A secretaria também informou que o primeiro paciente confirmado no estado, um homem de 60 anos internado desde 1º de outubro, recebeu alta nesta quarta. Com isso, não há mais pessoas internadas com diagnóstico confirmado.
Os sintomas de intoxicação por metanol costumam surgir entre seis e 72 horas após a ingestão e podem ser confundidos com os de uma ressaca comum, como dor abdominal, visão turva, confusão mental e náusea. Nos casos mais graves, a substância afeta o sistema nervoso central e pode causar dificuldade para respirar, convulsões, cegueira e coma.
As autoridades de saúde orientam que qualquer pessoa com sintomas suspeitos procure atendimento médico imediato. Todos os casos devem ser comunicados aos Centros de Informação e Assistência Toxicológica do estado, que oferecem suporte especializado a profissionais de saúde e à população.
Para evitar novas ocorrências, o governo reforça que bebidas alcoólicas só devem ser compradas em locais confiáveis. Rótulos borrados, lacres rompidos e preços muito baixos são sinais de alerta. Em produtos destilados, é importante conferir o selo do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), que garante a inspeção do Ministério da Agricultura.
A secretaria também pede que bares e restaurantes exijam nota fiscal dos fornecedores para assegurar a origem das bebidas.
O metanol é utilizado na indústria como solvente e combustível e não deve estar presente em produtos destinados ao consumo humano. Quando ingerido, o corpo o converte em ácido fórmico, uma substância que danifica órgãos vitais como fígado, rins e, principalmente, o nervo óptico.