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Brasil

Países latino-americanos firmam pacto para enfrentar crise na mobilidade urbana

Demanda por mobilidade deve dobrar até 2050 e crescimento acelerado coloca pressão sobre estruturas de transporte urbano

Afonso Ventania

05/11/2025 5h09

Atualizada 04/11/2025 21h14

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Foto: Agência Brasil

Uma nova articulação política promete impulsionar mudanças estruturais no transporte de toda a América Latina e Caribe. Ministros e autoridades do setor anunciaram na última quinta-feira (30), em Santo Domingo, na República Dominicana, a criação de uma rede regional permanente dedicada a promover cooperação, compartilhamento de soluções e desenvolvimento conjunto de políticas públicas para o setor.

A iniciativa será copresidida pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pelo Fórum Internacional de Transporte (ITF, em inglês), da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A proposta é que o grupo fortaleça a presença da região em fóruns internacionais e acelere ações estratégicas para enfrentar desafios comuns.

O anúncio ocorreu ao final do Diálogo Regional de Políticas de Transporte, evento que reuniu ministros, secretários e delegações de países latino-americanos, além de representantes convidados da Europa e da Ásia. A cerimônia de abertura contou com a presença do presidente da República Dominicana, Luis Abinader.

Nesta terça-feira (4/11), o ministério dos Transportes do Brasil informou, por nota, que os representantes brasileiros no encontro internacional foram a secretária Nacional de Transportes Rodoviários, Viviane Esse, e o subsecretário de Sustentabilidade, Cloves Benevides. 

Mobilidade em crise

A região abriga hoje mais de 662 milhões de pessoas e deverá dobrar a demanda por mobilidade, tanto de passageiros quanto de cargas, até 2050. Esse crescimento coloca pressão sobre as estruturas de transporte urbano, rodoviário, ferroviário e logístico.

Durante o encontro, foram discutidas alternativas para modernizar esses sistemas, reduzir emissões de poluentes, melhorar a segurança no trânsito e garantir fontes de financiamento sustentáveis.

Integração como caminho

Ao estruturar uma agenda comum, os países buscam enfrentar desafios semelhantes: congestionamentos crescentes, acidentes graves, emissões elevadas e carências na oferta de transporte público.

A expectativa é que a rede ajude a acelerar políticas eficientes, fortalecer boas práticas e dar mais voz à região no debate global sobre o futuro da mobilidade.

Prioridades da nova rede

A rede formada pelos países latino-americanos passará a promover encontros periódicos a partir de 2026 e irá concentrar esforços em temas considerados urgentes:

Segurança viária: com foco na proteção de pedestres, ciclistas e motociclistas, redução da velocidade nas vias e combate à direção sob efeito de álcool.

Sustentabilidade financeira do transporte público: revisão de subsídios, diversificação de receitas e novos modelos de financiamento.

Resiliência da infraestrutura: incorporação de critérios climáticos no planejamento e estratégias de recuperação pós-desastres.

Digitalização e novas tecnologias: integração de veículos autônomos, inteligência artificial e sistemas de dados para gestão de mobilidade.

Modernização da logística: melhorias em corredores estratégicos para fortalecer cadeias produtivas.

Transição energética: estímulo à eletromobilidade, biocombustíveis avançados e hidrogênio.

Ao participar da reunião no Caribe, o ministério dos Transportes brasileiro compromete-se com a agenda conjunta dos demais países da América Latina com o objetivo de não apenas promover a cooperação, mas dar continuidade aos investimentos no setor. “O encontro se deu para avaliar as boas práticas dos países no setor, o que inclui a experiência brasileira na agenda de sustentabilidade, na de desenvolvimento tecnológico e a apresentação da carteira de concessões em curso”, concluiu, por nota, o ministério dos Transportes.

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