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Brasil

Mulher trans foi espancada e morta por suposta dívida de R$ 22 em bar de BH

Caso de Alice expõe possível motivação transfóbica e fuga de suspeitos após agressão brutal em Minas

Redação Jornal de Brasília

14/11/2025 14h37

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Foto: Reprodução/Redes sociais

UOL/FOLHAPRESS

Uma mulher trans foi perseguida, espancada e assassinada por funcionários de um bar após sair supostamente sem pagar uma conta em Belo Horizonte, Minas Gerais.


Alice Martins Alves foi espancada após sair do estabelecimento devendo R$ 22, segundo informações da Polícia Civil. As agressões ocorreram no dia 23 de outubro, em um bar no bairro Savassi, na capital mineira.


A Polícia Civil diz ter identificado os agressores, dois funcionários do bar, considerados foragidos. A investigação pediu medidas cautelares contra eles. O UOL não conseguiu os nomes dos suspeitos.


Agressões ocasionaram complicações que levaram Alice à morte, segundo a polícia. Em entrevista coletiva na manhã de hoje, a delegada Iara França disse que a mulher pode ter sido agredida com ainda mais intensidade pelo fato dela ser trans —dessa forma, transfobia não é descartada como fator motivador da morte.

‘OLHARES MALDOSOS’

Mulher sentia “olhares maldosos”, segundo apuração. A delegada afirmou que Alice já havia dito ter percebido olhares preconceituosos de pessoas no estabelecimento antes do ocorrido.


“Ela estava indo embora para casa. Havia informado a família onde estava e ia para casa. Os dois foram atrás dela em um local mais afastado, intimidaram ela, mandando ela pagar. Ela não sabia o que se passava, e chegou a dizer que já tinha pagado os R$ 22”, afirma a delegada Iara França.


Agressões só acabaram quando testemunhas chegaram. Um motoqueiro passou no momento das agressões e questionou os homens sobre a situação. Uma outra pessoa acionou o Samu e a Polícia Militar.


Lesões gravíssimas foram constatadas. Ao ser atendida em um hospital da região de Contagem, foram constatadas costelas quebradas. Alice sentia fortes dores.


Dias após as agressões, em 5 de novembro, Alice registrou a ocorrência. Por conta das agressões, a mulher não conseguia comer e perdeu 12 quilos.


Vítima teve perfurações no intestino. Em 8 de novembro, em um hospital de Betim, Alice morreu em decorrência de um choque séptico, condição que ocorre quando a parede do intestino se rompe e permite que bactérias e toxinas do órgão vazem para o abdômen e entrem na corrente sanguínea.


Uma familiar de Alice disse ao UOL que está muito abalada com a situação. “Muito desgastada e cansada.

Ela foi cedo e foi muito violento. Mas a justiça será feita e eles serão encontrados”, disse uma irmã de Alice. A reportagem tenta contato com o advogado que acompanha a família no caso. Em caso de manifestação, este texto será atualizado.

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