BRUNA FANTTI
FOLHAPRESS
Quatro pessoas morreram durante confrontos entre facções rivais em Costa Barros, na zona norte do Rio de Janeiro, na madrugada desta segunda-feira (27), incluindo uma mulher de 60 anos que teve a casa invadida por traficantes.
Segundo a Polícia Militar, o confronto começou quando traficantes do CV (Comando Vermelho), partindo do Complexo do Chapadão, tentaram invadir o Complexo da Pedreira, controlado pelo TCP (Terceiro Comando Puro). A tentativa de invasão foi contida, e os criminosos do CV recuaram após troca de tiros.
Na fuga, dois deles foram encurralados e invadiram uma residência, onde foram cercados por rivais.
Houve novo tiroteio, com uso de granadas, e a moradora, Marli Macedo dos Santos, de 60 anos, foi atingida na cabeça.
Ela foi levada ao Hospital Municipal Albert Schweitzer e não resistiu. Na casa, ainda moram duas irmãs de Marli, também idosas. Não há informações se elas estavam no local no momento.
Em outro ponto da comunidade, Elison Nascimento Vasconcelos,33, foi baleado no peito ao sair de um bar. Ele foi levado ao Hospital Municipal Francisco da Silva Telles e morreu.
A PM foi acionada e realizou operação que terminou com a morte de dois suspeitos e na prisão de outros três, entre eles o homem que teria invadido a casa de Marli. Sete fuzis foram apreendidos e seis carros roubados recuperados.
Durante os confrontos, comerciantes e clientes se esconderam em cozinhas e banheiros para escapar dos disparos. Uma caixa d’água foi atingida. Ninguém ficou ferido.
Após um mês de portas fechadas por causa de confrontos entre as facções, a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Costa Barros foi reaberta nesta segunda-feira (27), ainda sob clima de tensão. Poucas horas depois da reabertura, funcionários se abrigaram na sala de raio-X por causa de nova tentativa de invasão.
A Polícia Militar determinou a ocupação por tempo indeterminado da região e afirmou estar em contato com outros órgãos públicos para garantir a continuidade dos serviços de saúde. Há um mês, dois pacientes foram levados por traficantes, supostamente por engano, e liberados em seguida.
De acordo com dados da prefeitura, houve um aumento do número de tiroteios que afetaram a unidade nos últimos três anos. Em 2023, foram registrados 28 episódios, número que aumentou para 46 em 2024 e atingiu 78 em 2025. O crescimento foi de 64% entre 2023 e 2024 e de 69,5% entre 2024 e 2025, resultando em uma alta acumulada próxima a 180% no período.