(UOL/FOLHAPRESS)
O carro entra nos boxes para reabastecer em uma corrida de Fórmula Indy na década de 1990 e os mecânicos começam a pular como se houvesse fogo, mas ele não é visível. Isso acontecia porque a categoria norte-americana usava o metanol como combustível.
É uma história que começa em 1964, quando um acidente nas 500 Milhas de Indianápolis com um grave incêndio gerou uma discussão sobre o uso de gasolina. A partir do ano seguinte, o metanol passou a ser utilizado porque é uma substância que não queima tão rapidamente quanto a gasolina. E, quando acontece um incêndio, é possível apagá-lo com água somente.
A temperatura das chamas também é menor do que num incêndio com gasolina. E há também algumas vantagens no desempenho para motores turbo, melhorando a potência e a eficiência térmica e permitindo configurações mais agressivas do motor.
Mas havia dois grandes problemas: as chamas são praticamente incolores e a substância é extremamente tóxica para o ser humano. O primeiro problema foi resolvido pela Fórmula Indy com aditivos que davam cor ao líquido no caso de fogo, mas o segundo acabou contribuindo para a categoria abandonar o metanol em 2007.
Mas havia outros problemas: o metanol causa mais corrosão no motor e também gera menos energia do que a gasolina. Ou seja, é preciso mais metanol para completar uma corrida do que gasolina.
Primeiro, a categoria usou uma mistura com 90% metanol e 10% etanol. E, em 2007, passou a usar 98% etanol e 2% gasolina.
Na Fórmula 1, o metanol nunca foi usado. No momento, a categoria usa um combustível E10, com 10% de etanol e, a partir de 2026, haverá uma mudança para o combustível 100% proveniente de fontes renováveis.