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Manobra de piloto indica tentativa de pouso de emergência em avenida de SP, diz especialista

Antes de iniciar o procedimento de emergência, é possível ver que a aeronave se desestabiliza, provável momento em que o piloto possa ter percebido que havia algo de errado e começou a procurar um lugar para pousar. “Pode ter sido um caso de perda de potência”, diz o engenheiro mecânico

Redação Jornal de Brasília

07/02/2025 13h50

avião sp

Foto: Reprodução

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O piloto da aeronave que caiu na manhã desta sexta-feira (7) em uma avenida na zona oeste de São Paulo seguiu protocolo de pousos de emergência da Aeronáutica durante a queda ao erguer o bico do avião e não acionar o trem de pouso.

De acordo com o engenheiro mecânico Paulo Henrique Salles de Carvalho, conselheiro do Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo) e pesquisador da Universidade do Vale do Paraíba, o procedimento tem que ser seguido em casos de pousos de emergência fora de áreas homologadas, no caso, a avenida Marquês de São Vicente, na Barra Funda. “Tem que pousar de barriga”, explicou.

Durante essa manobra, uma das asas bateu em uma árvore, o que espalhou combustível, então houve a primeira explosão. O piloto Gustavo Medeiros e o dono do avião bimotor, o advogado Márcio Louzada Carpena, 49, morreram na hora. O motorista do ônibus atingido pela queda foi socorrido com ferimentos leves, assim como as demais vítimas, entre elas, passageiros do ônibus, um motociclista e pessoas que passavam pelo local.

Antes de iniciar o procedimento de emergência, é possível ver que a aeronave se desestabiliza, provável momento em que o piloto possa ter percebido que havia algo de errado e começou a procurar um lugar para pousar. “Pode ter sido um caso de perda de potência”, diz o engenheiro mecânico.

Ele explica que, mesmo que houvesse falha em um dos motores, o modelo King Air é considerado tão seguro e potente que poderia manter o voo com apenas uma das engrenagens, o que não ocorreu. Há muitas causas para uma aeronave perder a potência no ar, como falhas mecânicas, de manutenção e humana.

Por isso, ele ressalta que a causa do acidente só será concluída após análise do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), órgão da Força Aérea.

O voo da manhã desta sexta foi o primeiro após a aeronave passar por manutenção na empresa Up Date, localizada no Campo de Marte, aeroporto de onde decolou. Os representantes foram procurados pela reportagem, mas não retornaram.

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