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Brasil

Manifestantes protestam contra PMs que invadiram escola em São Paulo

Ato cobra respeito à educação antirracista após ação de PMs armados em escola infantil na zona oeste de SP

Redação Jornal de Brasília

25/11/2025 18h19

foto escola

Foto: Reprodução

ISABELLA MENON
FOLHAPRESS

Pais, alunos e representantes de sindicatos participam nesta terça-feira (25) de uma manifestação na frente da Escola Municipal de Ensino Infantil Antônio Bento, na zona oeste de São Paulo. O ato é um protesto contra policiais militares que entraram armados na unidade para intimidar educadores por causa de uma atividade sobre a mitologia dos orixás na cultura afro-brasileira.

No local, crianças levam cartazes pintados a mão com a frase “polícia na escola não”. Os manifestantes também entoaram gritos como “Exu, Oyá, Xangô e Iemanjá, queremos a escola cheia de orixás”, “viva a educação antirracista da escola pública” e “não vai ter PM na escola”.

Pai de um aluno, o ator Taiguara Chagas afirma que o ato “é uma manifestação para que isso nunca mais aconteça. O que a gente quer é que a lei seja seguida com a educação antirracista e da educação da cultura afro-brasileira.”

Mãe de uma criança de sete anos e coordenadora pedagógica, Ana Paula Martins afirma que o episódio que culminou no protesto foi marcado pela polícia “agindo de uma forma racista, cometendo racismo institucional com a escola e sendo violenta em um ambiente feito para acolher e educar as crianças”.

Para ela, o ato ao redor da escola foi importante pro colocar as crianças na luta para proteger a escola. “Mostramos a importância de nos juntar, unir e lutar pelo que reivindicamos”, diz.

O caso que motivou o protesto aconteceu no dia 11. Na ocasião, o pai de uma aluna, que é sargento da PM, entrou na unidade para intimidar a diretora. Ele reclamou de um desenho que a filha teria feito para a atividade sobre os orixás e rasgou uma parte do mural preparado pelas crianças.

No dia seguinte, quatro policiais militares foram armados à escola, um deles com uma metralhadora, e começaram a questionar a diretora sobre o episódio. Eles teriam dito que receberam denúncia sobre a unidade forçar ensino religioso às crianças.

A diretora da escola pediu licença médica e foi afastada temporariamente do trabalho. Ela disse estar enfrentando problemas de saúde mental. Após o caso, a Promotoria solicitou que o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) apresente as imagens das câmeras corporais dos policiais militares.

A gestão estadual disse por meio da Secretaria da Segurança Pública que a PM vai apurar a conduta dos agentes envolvidos.

“A Polícia Militar instaurou apuração sobre a conduta da equipe que atendeu à ocorrência, inclusive com a análise das imagens das câmeras corporais dos policiais. A professora da unidade de ensino registrou boletim de ocorrência por ameaça contra o pai da estudante, sendo devidamente orientada sobre o prazo legal para representação criminal.”

Em nota, a gestão Ricardo Nunes (MDB) disse que a assistente de direção da unidade irá substituir a diretora durante o afastamento médico. Também afirmou que a escola está sendo acompanhada pelo Núcleo de Apoio e Acompanhamento para a Aprendizagem, Núcleo de Educação para as Relações Étnico-Raciais e o Núcleo de Educação Infantil para o suporte necessário.

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