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Brasil

Juíza encerra inquérito contra William Bonner

Jornal de Brasília

01/04/2021 21h51

(crédito: TV Globo/Reprodução)

Apresentador do JN e sua companheira de bancada, Renata Vasconcellos, eram investigados no Rio de Janeiro

Proteger a liberdade de imprensa. Essa foi a justificativa utilizada pela juíza Maria Tereza Donatti, do 4° Juizado Especial Criminal do Rio de Janeiro, para determinar o encerramento de um inquérito contra os apresentadores do Jornal Nacional William Bonner e Renata Vasconcellos. 

A abertura do inquérito contra os jornalistas globais aconteceu no ano passado, após ação movida pelo senador Flávio Bolsonaro no âmbito das investigações sobre a suposta rachadinha. O caso é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, sob a suspeita de que o filho do presidente tenha recebido parte do salário dos seus funcionários entre 2007 e 2018, enquanto ocupava o cargo de deputado estadual do Rio.

No ano passado, a Globo foi proibida judicialmente de publicar informações sigilosas sobre o caso que envolve o senador Flávio Bolsonaro e o ex-assessor dele Fabrício Queiroz. O policial militar aposentado é apontado como operador do esquema pelo Ministério Público do Rio. Ele chegou a ser preso, mas foi colocado em liberdade após decisão do Supremo Tribunal Federal.

Mesmo após a determinação, Bonner e Vasconcellos atualizaram na bancada do Jornal Nacional informações relativas ao caso. Amparado judicialmente, Flávio Bolsonaro instou seus advogados contra os jornalistas. Eles, então, foram investigados por crime de desobediência a uma decisão judicial. 

Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, o inquérito em questão foi instaurado pela Polícia Civil após pedido da defesa de Flávio para apurar se os jornalistas desobedeceram a ordem judicial ao noticiar uma denúncia do Ministério Público contra o senador. 

Na decisão, a magistrada destacou a necessidade de “restaurar a normalidade e resguardar o livre exercício da imprensa”. “Os pacientes noticiaram a propositura de ação penal em face do senador da República Flavio Nantes Bolsonaro, por crimes cometidos no exercício de seu mandato como deputado estadual, sendo evidente o interesse público na hipótese”, disse.

A magistrada também criticou a conduta do delegado responsável pelo inquérito, Pablo Dacosta Sartori. Segundo ela, mesmo que os apresentadores tivessem cometido crime de desobediência, não cabia à Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Informática apurar o caso: “Conforme o dito popular, ‘pau que nasce torto, morre torto’.”

Diante de tantas polêmicas, a notícia que corre nos bastidores da Globo é que William Bonner pretende diminuir o ritmo.  Segundo pessoas próximas do comunicador, o desejo dele é aproveitar a família. A ideia, segundo relatos ouvidos pelo  portal Observatório da TV, é que Bonner possa apresentar o jornal esporadicamente e seja substituído do cargo de editor-chefe.

Ainda segundo o portal, o que pesa na decisão de Bonner, de se afastar do JN, são os compromissos da emissora com o meio publicitário, já que o JN, é responsável por uma fatia alta da publicidade brasileira. Além de ser a mais cara também, já que o valor mínimo para um comercial ser exibido no intervalo do noticioso beira os R$ 350 mil. 

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