Menu
Brasil

Jornalista paraense afirma ter levado tapa de prefeito na COP30

O jornalista registrou um boletim de ocorrência, assim como duas produtoras, que teriam sido vítimas de xingamentos

Redação Jornal de Brasília

16/11/2025 15h14

cop30 (belém) (1)

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

AUGUSTO PINHEIRO
BELÉM, PA (FOLHAPRESS)

O jornalista Wesley Costa, do jornal paraense O Liberal, afirma ter levado um tapa no rosto. O agressor seria o prefeito de Parauapebas (PA), Aurélio Goiano (Avante).

A agressão teria ocorrido na sexta-feira (14), nos estúdios do veículo na COP30. Em vídeo publicado nas redes sociais, o político diz que ele é quem foi agredido por Costa.

Procurada pela reportagem, a organização da conferência disse apenas que o caso está sob investigação.

O jornalista registrou um boletim de ocorrência, assim como duas produtoras, que teriam sido vítimas de xingamentos, e disse que recebeu um relatório da ONU afirmando que a credencial do prefeito havia sido suspensa.

A reportagem tentou contato neste sábado (15) com a assessoria da Prefeitura de Parauapebas, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

Em vídeo publicado em sua conta no Instagram, o prefeito disse que “tudo inventam para tentar denegrir a imagem da gente”. “Esse repórter anda batendo na gente. Ele pediu para a gente gravar uma entrevista com ele, e eu fui lá na tranquilidade. Quando começa fofoca, eu largo de mão. Aumentam muitas coisas, vocês sabem como é, como funciona”, afirmou.

Costa diz que o prefeito ficou chateado com um vídeo publicado por ele nas redes sociais, mostrando Goiano conversando com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos (PSOL), na COP30, seguido por trechos em que ele se assume bolsonarista. Na legenda, o descrevia como “ex babão de Bolsonaro”.

“O vídeo com Boulos repercutiu muito negativamente na cidade dele, e ele ficou chateado”, diz Costa. O jornalista relata que, no dia seguinte, a assessora do prefeito entrou em contato com ele, oferecendo uma entrevista com Goiano no estúdio do grupo O Liberal, na zona azul.

Costa conta que Goiano já chegou ao estúdio xingando duas produtoras e, logo depois, foi embora. “Eu não prestei atenção porque estava no ar”, diz.

Segundo o jornalista, o prefeito retornou quando o programa acabou. “Ele me xingou de safado, vagabundo, ladrão. Eu estava sentado no chão. Daí me levantei e fui falar com ele. Foi quando ele me deu um tapa na cara. Meus óculos voaram, e fiquei meio tonto. Ele disse que isso era para eu aprender a respeitá-lo.”

O jornalista relata que o tapa foi “muito violento, de mão cheia”: “Ele é um cara alto e forte, muito maior que eu”. Segundo ele, os colegas, que testemunharam o ocorrido, correram atrás do prefeito e chamaram a segurança da ONU.

“Levaram-no a uma sala, e eu fui para outra sala. Eles queriam entender o que havia acontecido. Fui levado ao posto médico e, quando saí de lá, tomei conhecimento de que ele havia ido embora. Então fui a uma delegacia registrar um boletim de ocorrência”, diz.

“No boletim, relatei vários crimes: constrangimento ilegal, lesão corporal, calúnia, difamação e injúria. As produtoras apontaram crime de gênero.”

Ele conta que seu advogado também entrou com um mandado de segurança para que o político não possa se aproximar da zona azul.

Costa critica a ação das forças de segurança da ONU. “Eu achei péssima. Eu acredito que abriram uma investigação, mas o prefeito deveria ter saído dali detido em flagrante. Mas disseram que não tinham jurisdição para conduzi-lo a uma delegacia.”

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado