A seleção brasileira masculina de basquete abriu na noite de ontem sua preparação para o 42º Campeonato Sul-americano, em julho, na Venezuela. A equipe treina em São Paulo para defender sua tradição na competição – são 16 títulos – e obter a vaga no Pré-olímpico e nos Jogos Pan-americanos de 2007. Mas para os jogadores que estiverem em quadra, o Sul-americano terá ainda outra importância. Pode ser a porta de entrada para pelo menos quatro na equipe que irá disputar o principal compromisso da seleção nesta temporada: o Mundial, no Japão, em agosto.
“A comissão técnica tem oito atletas top – Nenê, Baby, Tiago Splitter, Anderson Varejão, Guilherme Giovannoni, Marcelinho, Leandrinho e Alex – que são para o Mundial. Logicamente, este grupo precisa receber um complemento”, explica o técnico Aluísio Ferreira, o Lula. “E a prova de fogo para os candidatos será justamente o Sul-americano”, avisa.
O número de vagas ainda está indefinido, porque depende da participação ou não de Nenê no Mundial. “Temos que ver como ele vai estar fisicamente”, destaca Lula, confiante no interesse do atleta em integrar o grupo. Em novembro do ano passado, o jogador do Denver Nuggets machucou o joelho no jogo de estréia na NBA contra o San Antonio precisou ser operado e perdeu toda a temporada.
Os jogadores têm plena consciência da importância de ir bem no primeiro torneio da seleção. “No Sul-americano tenho que dar muito de mim mesmo”, diz o pivô André Bambu. “Mas não é só lá, nos treinamentos também”, lembra. Isso porque dos 17 que treinarão na capital paulista – o armador Valtinho pediu dispensa -, apenas 12 irão para a Venezuela.
A lista do primeiro grupo é jovem. A média de idade é de 23,5 anos e o ala Marcus Vinícius, de 19 anos, é um dos caçulas. Apesar da juventude, ele sabe que a conquista de espaço no time não vai acontecer por mágica. “Primeiro tenho que lutar para pegar esta chance no Sul-americano. Depois, é ficar à disposição do técnico para o Mundial. Sei que isso é conseqüência do que conseguir apresentar”.
Em sua primeira convocação, o ala Felipe Ribeiro, 26 anos, é outro que acredita no tempo certo das coisas. “Tenho que dar um passo de cada vez. Estar aqui já é uma honra e poder entrar neste grupo é muito bom”.
Os jogadores apresentaram-se ao técnico Lula no domingo (25/6) e começaram a segunda-feira fazendo exames médicos. À tarde, o time fez seu primeiro treinamento, no ginásio do Paulistano, mas o grupo ainda não está completo. Os pivôs Caio Torres e Estevam e o armador Marcelinho Huertas só devem chegar hoje. Já o pivô João Paulo Batista une-se ainda depois. O jogador está nos Estados Unidos participando de campings enquanto aguarda pela realização do draft da NBA, amanhã, para o qual está inscrito.