Mais de 24 horas após a interceptação da flotilha Global Sumud, os 12 brasileiros capturados pela Marinha israelense continuam sem contato com familiares ou representantes diplomáticos. Eles foram levados para o porto de Ashdod, onde, segundo relatos de advogados, passaram por interrogatórios sem a presença de autoridades brasileiras.
Lara Souza, que coordena a delegação nacional e é esposa do ativista Thiago Ávila, denunciou a situação: “Não foi permitido a ele contato com a embaixada brasileira. De acordo com informações da Agência Brasil, nem a ele e nem a nenhum dos demais brasileiros”, afirmou. Para ela, o isolamento imposto pelos israelenses é um grave desrespeito às garantias mínimas de proteção consular.
Feriado usado como justificativa
A embaixada brasileira informou ter solicitado acesso imediato aos detidos, mas o pedido foi recusado sob a alegação de que os procedimentos estavam suspensos em razão do feriado de Yom Kippur. O Itamaraty, em nota, indicou que tentará novamente nesta sexta-feira (3).
A flotilha, composta por cerca de 500 ativistas de diversas nacionalidades, navegava em direção à Faixa de Gaza levando alimentos, medicamentos e suprimentos. Israel, porém, classificou a iniciativa como violação do bloqueio imposto ao território palestino e deteve embarcações em águas internacionais.
Além dos 12 brasileiros já confirmados entre os capturados, ainda não há informações oficiais sobre dois outros participantes da missão: João Aguiar, que estava no barco Mikeno, e Miguel de Castro, integrante do Catalina.