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Brasil

Indígenas Munduruku cobram reunião com o presidente Lula e chamam crédito de carbono de ‘venda da floresta’

Cobraram ainda a aceleração da demarcação das terras indígenas, dos processos parados no Ministério da Justiça e na Casa Civil

Késia Alves

14/11/2025 10h26

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Foto por PABLO PORCIUNCULA / AFP

PAOLA FERREIRA ROSA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Em nota à imprensa, o movimento Ipereg Ayu afirma que indígenas do povo Munduruku cobram uma reunião emergencial com o presidente Lula. Eles exigem revogação do Decreto 12.600/2025, que institui o Plano Nacional de Hidrovias e incluiu os rios Tapajós, Madeira e Tocantins como eixos prioritários para navegação de cargas, e pedem pelo cancelamento da Ferrogrão e por proteção contra grandes empreendimentos dentro do território.

O grupo afirma ainda que o governo federal está avançando com projetos de infraestrutura que ameaçam diretamente o território Munduruku, bem como todos os povos da bacia do Tapajós e Xingu, “sem consulta prévia, livre e informada, como determina a Convenção 169 da OIT”.

“Além dos megaempreendimentos, os Munduruku também protestam contra projetos de crédito de carbono e mecanismos de REDD+ jurisdicional que vêm sendo discutidos no âmbito da COP30 e em negociações governamentais. Para o movimento, tais iniciativas representam formas de ‘venda da floresta’ que retira autonomia dos povos, permitem a entrada de empresas e intermediários nos territórios e não enfrentam a raiz dos problemas climáticos: o desmatamento industrial, o garimpo, as hidrovias e a expansão da soja”, diz nota.

Cobraram ainda a aceleração da demarcação das terras indígenas, dos processos parados no Ministério da Justiça e na Casa Civil, e responsabilizaram o Estado por conflitos que aumentaram com o avanço da soja.

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