Menu
Brasil

Indiciamento é baseado em ilações, diz defesa de irmã de suposta ‘serial killer’

Em nota, Sobral diz que Roberta já havia prestado depoimento negando qualquer envolvimento no caso e que a investigação se baseia em conversas de WhatsApp com sua irmã

Redação Jornal de Brasília

16/10/2025 20h06

em depoimento, suposta serial killer confessa como matou duas pessoas ana paula veloso fernandes

Foto: Reprodução

ANDRÉ FLEURY MORAES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A defesa da irmã gêmea de Ana Paula Veloso, chamada pela polícia de “serial killer”, disse nesta quinta-feira (16) que o indiciamento de Roberta Veloso Fernandes é baseado em ilações e que “os elementos colhidos tentam, de forma injusta e falaciosa, imputar à investigada uma participação nos nefastos eventos que resultaram na morte das vítimas”.


A declaração, assinada pelo advogado Almir Sobral, vem um dia após relatório da Polícia Civil ver elementos que indicam a participação de Roberta nos quatro assassinatos dos quais sua irmã é suspeita. Ana Paula responde por dois homicídios em uma ação penal aberta em Guarulhos.


Em nota, Sobral diz que Roberta já havia prestado depoimento negando qualquer envolvimento no caso e que a investigação se baseia em conversas de WhatsApp com sua irmã. Para ele, isso “configura um inaceitável processo de criminalização da relação familiar e do mero contato interpessoal”.


Segundo ele, a irmã da suposta serial killer sofre acusações injustas no relatório da Polícia Civil sobre situações das quais “de fato em nada participou”.


Ele afirma ainda que a conclusão pelo indiciamento “carece de lastro probatório concreto, baseando-se em presunções e ilações que se desfazem diante da realidade dos fatos e do depoimento dela própria”.
Roberta está presa temporariamente desde julho deste ano. A defesa deve pedir a revogação da prisão temporária e o arquivamento da investigação contra ela.


O relatório final da polícia foi encaminhado ao Ministério Público de São Paulo, a quem caberá avaliar eventual denúncia.


O suposto envolvimento de Roberta no caso era investigado em separado. A polícia diz ver indícios de que ela atuou direta ou indiretamente nas quatro mortes atribuídas à irmã.


As vítimas foram Marcelo Hari Fonseca, Neil Corrêa, Maria Aparecida Rodrigues e Hayder Mhazres.
Segundo Sobral, Roberta teve apenas contatos breves com três das vítimas, “denotando relação mínima e sem profundidade”. No caso da quarta, Neil Corrêa, o argumento é de que ele e Roberta nem se conheciam.


Sua irmã, Ana Paula, confessou em depoimento ter matado Marcelo e Neil, mas disse à polícia que sua irmã não participou dos crimes. Negou também ter envolvimento nas demais mortes.


A Polícia Civil afirma ver indícios de que as irmãs chegaram a negociar valores pelo assassinato. “As conversas mostram negociação de valores, compensações de dívidas entre Ana Paula e Michelle e repasse de parte do pagamento a Roberta, que chega a reclamar da divisão”, diz trecho do inquérito.


Segundo a investigação, Roberta chega a orientar a irmã em áudio a “cobrar R$ 4.000 por futuros TCCs” -termo codificado para o assassinato, de acordo com relatório final do inquérito.


Na quarta-feira (15), o delegado Halsson Ideião, titular do caso, afirmou que a Polícia Civil de São Paulo investiga se Ana Paula Veloso teve participação em uma suposta tentativa de homicídio ocorrida antes da morte de Neil Corrêa, morto em abril.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado