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Brasil

Incentivo a uso de câmeras corporais terá verba federal e regras saem em breve, promete secretário

“As câmeras aumentam o número de prisões e de apreensões, de flagrantes, e protegem a vida do policial”, disse

Redação Jornal de Brasília

02/04/2024 17h45

Rovena Rosa/Agência Brasil

TULIO KRUSE
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A compra de câmeras corporais para uniformes de policiais pelos estados brasileiros deve ser incentivada pelo governo federal por meio de verbas do FNSP (Fundo Nacional de Segurança Pública), e uma portaria com diretrizes para o uso dos equipamentos deve ser publicada “nos próximos dias”. A promessa é do secretário nacional de Segurança Pública, Mário Luiz Sarrubbo.

Sarrubbo afirma que a portaria do Ministério da Justiça sobre o tema está praticamente pronta e passa por revisão jurídica num dos departamentos da pasta. O governo Lula (PT) promete a publicação dessas diretrizes desde o segundo semestre do ano passado.

As declarações do secretário foram dadas na LAAD, maior feira de defesa e segurança da América Latina, que começou nesta terça-feira (2) na capital paulista. Para quarta (3) está prevista uma palestra do secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, integrante do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), que interrompeu a expansão do programa de câmeras corporais da PM paulista.

“A partir daí [publicação da portaria] nós vamos incentivar, até mesmo com despesas, com verbas do fundo [FNSP], para que os estados possam ter essas câmeras dentro dos padrões”, disse Sarrubbo à reportagem.

A portaria do ministério deve trazer recomendações para as características que os equipamentos devem ter e para o compartilhamento das imagens, descrevendo quais órgãos do sistema de Justiça terão acesso garantido às gravações. Tribunais, Ministério Público e Defensoria Pública estão entre os contemplados.

Regras para punições pelo mau uso dos equipamentos não estão previstas na portaria, segundo Sarrubbo. “Isso está sendo discutido com as corporações para que elas possam criar seus procedimentos”, disse o secretário. “É evidente que vamos discutir esse tema.”

Esta tem sido uma dificuldade na investigação de denúncias em São Paulo. O Ministério Público estadual diz que recebeu imagens completas de apenas seis de 31 casos que resultaram em morte pela PM durante a Operação Verão, a mais letal na história da corporação desde o massacre do Carandiru.

O Ministério da Justiça, durante a gestão Flávio Dino, chegou a discutir um projeto de lei que tornaria obrigatório o uso de câmeras corporais por PMs. O secretário não abordou a questão da obrigatoriedade.
Sarrubbo fez elogios à tecnologia, de forma geral, dizendo que “só há dados positivos” no uso do equipamento em São Paulo. Segundo ele, há argumentos sobre benefícios do uso das câmeras tanto para os próprios policiais -a morte em serviço caiu no estado- como para quem os acusa de excesso de violência.

“As câmeras aumentam o número de prisões e de apreensões, de flagrantes, e protegem a vida do policial”, disse. “É um investimento na vida e na eficiência policial.”

O secretário nacional afirmou, contudo, que o foco de sua gestão é o investimento na contratação de profissionais, especialmente na Polícia Civil, e em instrumentos de investigação. Ele disse que a média de solução de inquéritos no país é de pouco mais de 4%, exceto em delegacias especializadas.

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