Atualizada às 16h31
Uma fita de vídeo apreendida com integrantes do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) revela que a invasão realizada ontem na Câmara dos Deputados foi planejada em detalhes.
A gravação, ask health apreendida pela Polícia Militar do Distrito Federal e encaminhada ao Departamento de Polícia Legislativa (Depol) da Casa, traz cenas de uma reunião promovida pelos sem-terra na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Agricultura (Contag) em Brasília, na qual a invasão foi acertada.
O vídeo registra José Aruti, um do líderes do MLST, dando orientações a cerca de 50 integrantes do movimento sobre como proceder na invasão ao Congresso Nacional. O material, com cerca de uma hora e 20 minutos de duração, está sendo divulgado nesta tarde ao longo da programação da TV Câmara.
Segundo as investigações do Depol, rastreamento feito sobre os registros de acesso ao prédio demonstram que desde a última segunda-feira integrantes do MLST estiveram na Câmara, em pequenos grupos, para fazer o reconhecimento do local. Nessas oportunidades, eles teriam filmado e fotografado o posicionamento dos seguranças para dar orientação aos invasores no sentido de dificultar tentativas de contenção da baderna.
O sistema interno de vídeo do Congresso registra essas movimentações. Segundo informações divulgadas pela assessoria de imprensa da Câmara, Aruti compareceu nada menos que 24 vezes nas dependências do prédio entre 24 de maio e 5 de junho. Na manhã de ontem, conforme a Câmara, integrantes do movimento se infiltraram no prédio para facilitar a entrada dos demais no momento da confusão.
Conforme a apuração, os integrantes do MLST acertaram até mesmo uma senha para iniciar a invasão. O sinal para os demais integrantes foi uma briga entre duas mulheres simulada em frente à entrada utilizada pelo grupo para acessar o prédio.
De acordo com a assessoria de imprensa da Casa, os prejuízos causados pelo quebra-quebra ultrapassam os R$ 150 mil. Os manifesta ntes destruíram terminais de atendimento eletrônico, portas de vidro e luminárias, além de objetos de decoração do prédio.
Nesta manhã, a Secretaria de Segurança do DF deu início à transferências dos 495 integrantes do MLST presos na noite de terça-feira após o episódio no Congresso. Eles foram indiciados pelo Depol por crimes de formação de quadrilha, lesão corporal, danos ao patrimônio público e corrupção de menores em função do envolvimento de crianças e adolescentes na baderna. Ao todo foram presas 534 pessoas, segundo a Câmara.
O chefe do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública do Distrito Federal (Ciosp), coronel Weslei Antônio Maretti, afirmou há pouco que todos os 507 integrantes do Movimento pela Libertação dos Sem Terra (MLST) que ontem participaram da invasão da Câmara foram autuados. Aqueles que não são criminalmente identificados, de acordo com Maretti, serão encaminhados para o Instituto de Identificação da Polícia Civil para se submeterem a esse procedimento.
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