FOLHAPRESS
Um hospital de Ponta Grossa, no Paraná, está construindo uma espécie de bunker para instalar um acelerador linear, equipamento radioativo para o tratamento contra o câncer.
A estrutura na Santa Casa de Ponta Grossa contará com 800 m³ de concreto para construir paredes de cerca de 2 metros de espessura.
O acelerador linear é um equipamento que utiliza raios X para emitir radiação direcionada ao tumor em tratamento. Segundo a Sociedade Brasileira de Radioterapia, o método ajuda a preservar os tecidos saudáveis do corpo.
Quase 30 toneladas de gelo serão utilizadas durante a preparação do concreto para evitar a retração do material devido a altas temperaturas.
A iniciativa tem um investimento de ao menos R$ 20 milhões, sendo cerca de R$ 12 milhões para o aparelho e de R$ 8 milhões para a obra, que deve ser concluída em março de 2026. O financiamento é oriundo de uma parceria do governo estadual com a Itaipu Nacional, além de emendas parlamentares.
O acelerador, que pode girar ao redor do paciente e aplicar feixes de radiação em diferentes ângulos, conta ainda com tecnologia de inteligência artificial para auxiliar na precisão dos resultados.
O equipamento será instalado em um espaço do antigo Hospital Evangélico de Ponta Grossa, fechado há quase 10 anos.
A instalação do equipamento foi autorizada pela Comissão Nacional de Energia Nuclear em abril, quando as obras começaram. Já o contrato de compra do aparelho da empresa VersaHD foi assinado no dia 3 de outubro. De acordo com a Santa Casa, é o primeiro equipamento desse modelo na América Latina.
O hospital está ampliando o ambulatório oncológico, com investimento de R$ 9,7 milhões em uma área de quase 2.500 m², incluindo 42 leitos para quimioterapia e 14 consultórios de atendimento.
A expectativa do governo estadual é que, com as expansões, o hospital poderá atender até 7.200 consultas e realizar 2.100 procedimentos mensais, em comparação às aproximadamente 1.600 consultas de hoje.