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Brasil

Guardas municipais de Sorocaba (SP) são presos por suspeita de tortura

Os agentes sorocabanos, que tiveram a prisão preventiva de 30 dias decretada, ainda estavam sendo ouvidos na tarde desta sexta.

FolhaPress

05/08/2022 20h35

Foto: PM/SE/Arquivo

Quatro guardas-civis municipais de Sorocaba (a 99 km de São Paulo) foram presos nesta sexta-feira (6) sob suspeita de tortura. A operação teve a participação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de combate ao Crime Organizado), do Ministério Público de São Paulo, e do Dope (Departamento de Operações Especiais), da Polícia Civil da capital.

Os agentes sorocabanos, que tiveram a prisão preventiva de 30 dias decretada, ainda estavam sendo ouvidos na tarde desta sexta.

De acordo com promotores do Gaeco, pessoas abordadas por uma equipe da Romu (Ronda Ostensiva Municipal) eram agredidas pelos guardas-civis. Os agentes também gritavam perguntas sobre drogas e dinheiro.

Em nota, a Prefeitura de Sorocaba disse que a Guarda Civil Municipal e a administração irão colaborar com o que for possível, assim como tomar as medidas administrativas cabíveis.

Procurada, a Secretaria da Segurança Pública do estado confirmou a prisão dos três agentes. “Os presos foram ouvidos e posteriormente encaminhados a uma unidade carcerária da região”, afirmou, em nota.

Há pelo menos o relato de uma pessoa que afirmou ter acordado com um revólver de um guarda na cabeça, durante uma suposta invasão a uma casa. A polícia e o Ministério Público investigam se os GCMs levaram pertences do lugar.

As primeiras denúncias começaram a chegar ao Ministério Público local há cerca de 45 dias, vindas de delegacias e de relatos de possíveis vítimas, quando foi instaurada uma investigação criminal. Mas os promotores dizem acreditar que as torturas acontecem há sete ou oito meses.

De acordo com o Ministério Público, um dos guardas tinha cerca de 20 anos de corporação.

A operação foi realizada ainda durante a madrugada. A polícia e a Promotoria primeiro foram à casa de um dos guardas suspeitos, mas ele já tinha saído para a base. Por telefone, a mulher informou ao GCM sobre a presença de policiais e promotores no imóvel, e os agentes municipais foram com uma viatura da Guarda até o local, onde acabaram presos.

Segundo promotores, exame de corpo de delito em uma das vítimas, considerado preciso, demonstrou que ela não estava mentindo e serviu para a denúncia. A expectativa é que o Ministério Público peça a prisão preventiva dos guardas na próxima semana.

Durante a abordagem, segundo apurou a reportagem, os guardas negaram a prática de tortura, as agressões e as ameaças. A reportagem não encontrou a defesa dos guardas.

O MP disse que com as prisões desta sexta-feira, é possível que novas vítimas façam denúncias.

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