A Grande São Paulo perdeu, nos últimos dez anos, 20 hospitais particulares, mostra levantamento do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Sindhosp). Apenas no último mês foram fechadas três unidades. Entre as causas estão má gestão e baixa remuneração por parte das operadoras.
O caso mais recente foi o do Complexo Hospitalar Paulista (CHP), na Consolação, que teve de transferir os pacientes às pressas no último dia 21 por causa de uma ação de despejo. O prédio foi esvaziado e a equipe médica não pôde levar nem os prontuários dos internados.
Por meio da assessoria de imprensa, os representantes do CHP disseram que foram surpreendidos pela ação de despejo e vão tentar reverter a situação. Segundo Sayegh Neto, advogado dos proprietários do edifício, a direção do hospital não pagava aluguel desde outubro de 2010. A dívida seria de R$ 2 milhões.
Também neste mês foram fechados o Hospital Panamericano, na Vila Madalena, e o Hospital e Maternidade de Mauá, ambos da operadora Samcil. A empresa enfrenta uma grave crise e recebeu prazo da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para negociar sua carteira de beneficiários até amanhã.
As duas últimas unidades da rede que ainda estão abertas – Hospital Vasco da Gama, no Brás, e Hospital e Maternidade São Leopoldo, em Santo Amaro – funcionam de forma precária e estão sendo esvaziadas. A reportagem tentou contato com a Samcil, mas não obteve retorno.
Dificuldades
Segundo Danilo Bernick, do Sindhosp, os hospitais menores e mais periféricos têm baixo poder de negociação com as operadoras e acabam sendo muito mal remunerados. Além disso, diz, são comuns os casos em que as operadoras negam o pagamento de serviços ou pagam apenas parte. “Isso impossibilita o equilíbrio econômico. Para piorar, muitas unidades sofrem com a má gestão.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
AE