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Brasil

Garimpo ilegal no Rio Madeira divide moradores no Amazonas

Autoridades da cidade admitem desafio em conscientizar sobre os danos ambientais causados pela extração de minérios nos rios

Redação Jornal de Brasília

24/11/2021 19h10

A cidade flutuante estabelecida por garimpeiros no Rio Madeira, próximo ao município de Autazes (113 quilômetros a sudoeste de Manaus), dividiu a população local entre críticos e apoiadores da atividade ilegal, que tem movimentado comércios da região. Autoridades da cidade admitem desafio em conscientizar sobre os danos ambientais causados pela extração de minérios nos rios.

“É muita gente vindo comprar. Aumentou o consumo de carne, de mercadoria”, disse o vereador de Autazes Bandeira Serrão (PV), que mesmo reconhecendo a ilegalidade do garimpo nos rios diz que “não é contra nem a favor”. “(A chegada dos garimpeiros) está trazendo benefício para o município, aquecendo o comércio. A gente precisa de geração de emprego e renda.”

Já o motorista Filipe Santos observou que a maioria da população viu a chegada das mais de 600 embarcações de forma negativa. “A chegada disso aí mexe com negócio de droga, prostituição. Alguns deles foram vistos pelo comércio fazendo compras, tudo com cordão de ouro. É gente do Amazonas mesmo, mas de outras cidades”, contou Filipe, que disse nunca ter visto essa quantidade de embarcações no rio.

Mesmo ilegal, o garimpo ocorre com regularidade no alto Rio Madeira, principalmente na área de Humaitá. A suspeita é de que garimpeiros encontraram ouro na região que fica mais próxima ao Rio Amazonas e a informação se espalhou.

Secretária de Meio Ambiente de Autazes, Elaine Galvão admite que a conscientização contra a prática ainda é um desafio. “A gente sabe que a economia está sendo movimentada. Mas a gente sabe também que é momentâneo e o que fica é a questão ambiental. A população depende muito dessa parte econômica e é preciso também conscientização sobre os dados que podem acontecer”, declarou.

A secretaria informou que o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) foi acionado. O Estado, por sua vez, informou em nota que comunicou o Ibama para alinhamento de providências, já que a área do rio é de competência dos órgãos federais.

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