11 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Paracatu e da 1ª Promotoria de Justiça de Unaí por sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. A ação fez parte da Operação Caça-Fantasmas, deflagrada pela Polícia Civil em novembro de 2024, em Unaí.
As investigações apontam que o grupo de criminosos se especializou em uma espécie de “fábrica de fantasmas”, no qual constituíram ao menos 236 empresas falsas para emitir notas fiscais com fraudes. Desse modo, o golpe teria causado um prejuízo de mais de R$ 500 milhões aos cofres públicos, sendo considerados apenas os créditos tributários já constituídos em vários estados da Federação.
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) afirmou que o esquema funcionava desde 2020, sendo estruturado em níveis: os responsáveis pelo controle e lucro com a venda de notas fiscais frias; intermediários, incluindo contabilista e agentes de certificação; e pessoas em situação de vulnerabilidade, recrutadas como laranjas, mediante pagamentos de pequenos valores.
Após isso, os valores que obtinham ilegalmente eram lavados por meio de operações envolvendo o setor imobiliário (construção civil e transações subfaturadas), estabelecimentos comerciais (supermercados, postos de combustível e lojas de conveniência) e agronegócio (empresas cerealistas e atividades agropecuárias).
Um dos contadores, que está entre os denunciados, teria feito a abertura de centenas de empresas fantasmas e cobrava até R$ 5 mil por empresa constituída. Por fim, as investigações revelaram ainda que algumas empresas tinham o registro em nomes de pessoas já falecidas.
A indenização coletiva requerida pelo Ministério Público por danos morais é de de R$ 500 milhões.