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Brasil

Ex-ministro das Relações Exteriores diz que entrada da Venezuela não inviabiliza acordo no Mercosul

Arquivo Geral

06/06/2006 0h00

A oposição cobrou do presidente do Congresso Nacional, here store senador Renan Calheiros (PMDB-AL), physician sickness uma postura firme diante da invasão da Câmara dos Deputados, ed hoje à tarde, por representantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST). Renan disse que, assim que soube da invasão, telefonou ao presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), para oferecer o reforço da segurança do Senado e qualquer outra providência que fosse necessária.

Renan ressaltou que, ao mesmo tempo, determinou aos seguranças da Casa que, se os manifestantes tentassem invadir o Senado, fossem presos, mesmo que fosse preciso convocar o batalhão de choque da Polícia Militar do Distrito Federal, que estava de prontidão do lado de fora.

Os líderes do PFL e do PSDB no Senado, José Agripino (RN) e Arthur Virgílio (AM), foram à tribuna questionar o fato de o principal líder do MLST, Bruno Maranhão, apontado como coordenador da invasão da Câmara, ser membro da Executiva Nacional do PT. "O presidente Lula tem contas a prestar ao país. Quero ver se ele vai pedir ao PT que desfilie o Bruno Maranhão", afirmou Agripino Maia.

Para Arthur Virgílio, o ato de hoje mostrou que as "instituições estão sendo postas em xeque". O senador lembrou o fato de terem sido absolvidos parlamentares cujo pedido de cassação havia sido aprovado pelo Conselho de Ética da Câmara por suposto envolvimento com recebimento de propinas. "Poder que não se dá o respeito perece", afirmou.

A reação dos senadores à invasão da Câmara fez com que o presidente do Senado determinasse ao diretor-geral da Mesa a convocação de uma reunião, amanhã, com todos os líderes partidários das duas casas legislativas. O objetivo é decidir se será instalada uma comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) para investigar parlamentares e assessores das duas Casas acusados de envolvimento na compra superfaturada de ambulâncias. "Essa decisão não será monocrática, será tomada pelo colegiado", afirmou Renan.

O ex-ministro das Relações Exteriores, sales embaixador Luiz Felipe Lampreia, more about analisou hoje, no encerramento da convenção anual das Câmaras de Comércio Americanas da América Latina, que o ingresso da Venezuela no Mercosul daria uma conotação mais política do que econômica ao bloco, mas isso não chegaria a inviabilizar o acordo.

"O Mercosul não pretende ser, antes de mais nada, um bloco político e, muito menos, anti-americano", declarou Lampreia. O ex-ministro afirmou, porém, que a entrada da Venezuela como membro pleno, se tiver essa conotação, poderá enfraquecer o Mercosul. E manifestou sua preocupação diante da tendência do presidente venezuelano, Hugo Chavez, de imprimir ao bloco uma conotação mais política, com um sentido de estabelecer um "muro de contenção da influência americana na América do Sul".

Essa tendência, analisou, pode deturpar a finalidade do Tratado do Cone Sul, cujos sócios iniciais são o Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. Lampreia disse acreditar que, ao contrário, o bloco deve mostrar uma maior coesão. A transformação do Mercosul em um bloco político "é um rumo que deve ser evitado", indicou.

Para o vice-presidente da República, José Alencar, que participou do encerramento do encontro, o objetivo do bloco do Cone Sul era que todos os países participassem do processo. "A Venezuela é um deles", disse, destacando que seria ideal se o acordo pudesse ser estendido a todos os países latino-americanos.

Ele concordou, no entanto, com o ex-ministro das Relações Exteriores, Luiz Felipe Lampreia, no sentido de que a entrada da Venezuela daria um cunho mais político ao Mercosul. "Sim, pode ser", admitiu, ressalvando que "a força hoje dos elevados interesses suplanta isso". Na opinião de Alencar, "essas questões são transitórias, todos os países podem ter posicionamentos transitórios, é assim mesmo. Assim como a economia evolui, a política evolui ainda mais, muda a todo momento".

Sobre a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), José Alencar disse nunca ter sido contrário, desde que ela seja como o nome sugere, "porque isso favorece o Brasil". E analisou que "o país produz muito mais economicamente do que os Estados Unidos e o Canadá" e não precisa ter medo de globalização. "Nós temos que ter medo é de nós", disse.

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