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Brasil

Estações de esgoto recolhem 800 toneladas de lixo irregular por mês em SP, diz Sabesp

Redação Jornal de Brasília

15/11/2025 9h20

lixo

Rodrigo Campanário/Divulgação

LUCAS LACERDA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Hábitos como jogar papel higiênico ou fio dental no vaso sanitário contribuem para formar uma média mensal de 800 toneladas de lixo descartado indevidamente na rede de esgoto em São Paulo.


É o que aponta um levantamento da Sabesp com base no lixo recolhido, separado do esgoto e transportado até aterros sanitários para o descarte correto, a um custo anual de R$ 5 milhões. De acordo com a empresa, 580 toneladas, ou 72,5% do total, são coletadas na Região Metropolitana de São Paulo.


Entre o lixo descartado de forma irregular, cujo caminho mais frequente é o vaso sanitário, o que costuma aparecer são pinos de droga, preservativos, fraldas, absorventes, tampas de garrafa pet, cabelo, plástico, trapos e fios de tecido.


Além de atrapalharem a operação de tratamento, as toneladas de lixo podem causar entupimentos na rede coletora de esgoto. Considerando as 375 cidades atendidas pela Sabesp em São Paulo, foram feitas 163.992 desobstruções de rede nos últimos 12 meses, afirma a companhia.


O gasto de R$ 5 milhões para separar e destinar o lixo ao descarte correto, segundo a gerente de transformação social da Sabesp, Elaine Alves, equivale ao necessário para fazer 6.000 novas ligações de água.


“Quando falamos desse assunto, falamos de hábito. E é importante mostrar como pequens hábitos chegam a isso”, afirma a especialista, sobre a massa de lixo que chega ao esgoto.


A obstrução da rede externa de esgoto é apenas uma das consequências do lixo descartado irregularmente, diz a gerente. Outro impacto pode ser mais imediato: se a rede coletora do local, um condomínio de apartamentos, por exemplo, entupir, o esgoto pode voltar pelos ralos para dentro do imóvel.


O entupimento também pode causar o vazamento de esgoto na rua, ocasionando uma chance para que os dejetos cheguem até córregos e rios, seja diretamente, seja por caírem na rede de águas pluviais.


Nem mesmo o óleo de cozinha deve ser jogado na rede, afirma Elaine, seja no vaso, seja na pia. Em muitos casos, a gordura forma blocos que também entopem a tubulação. A Sabesp diz que aplica desengordurante, um tipo de detergente, em locais com bares e restaurantes. O produto é usado em locais já identificados como críticos durante lavagens.


No litoral norte, segundo a companhia, isso é feito em áreas de Caraguatatuba, São Sebastião, Ilhabela e Ubatuba, por exemplo.


“Vale a pena apontar que este é um problema evitável, facilmente evitável”, afirma Elaine. “Um pequeno hábito que muda completamente o quadro. Deixar de usar vaso ou ralo como lixeira torna tudo isso evitável.”

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