Titular da seleção brasileira feminina de basquete no Campeonato Mundial de 2006, a pivô Érika é a dúvida do técnico Paulo Bassul para os Jogos Olímpicos de Pequim. Com uma fratura por estresse no tornozelo do pé direito, ela depende de liberação dos médicos para participar da competição. “Somente a Kelly é certeza”, diz o treinador, referindo-se à outra pivô que também não se apresentou à equipe na terça por estar na WNBA.
Érika está na Espanha desde o início da semana, sendo reavaliada com a supervisão dos especialistas do Ros Casares, equipe espanhola com a qual tem contrato até 2010. Provocada por esforço repetitivo, a fratura da pivô foi detectada em maio, quando estava nos Estados Unidos participando da WNBA pelo Atlanta Dream, e exige repouso para recuperação.
“Ela está parada há praticamente um mês e não tem mais dor”, diz Bassul, que mantém contato freqüente com a jogadora. De acordo com ele, a atleta já retomou algumas atividades, como a bicicleta ergométrica, mas nenhuma atividade com impacto.
Bassul acredita que a situação da atleta deverá ser resolvida ainda esta semana. “Vamos esperar até sexta-feira, quando saem os resultados. Daí teremos praticamente 90% da definição”.
No mesmo dia, a jogadora retorna para os Estados Unidos, para terminar seu contrato com o Atlanta. A WNBA só vai liberar suas atletas para as seleções dia 27.
Por isso, ainda que seja autorizada a participar das Olimpíadas, Érika, assim como Kelly, só se apresenta na China. A seleção embarca para Pequim após o amistoso contra a seleção australiana dia 30, na Austrália.
O Brasil estréia nas Olimpíadas dia 9 de agosto, enfrentando a Coréia do Sul pelo grupo A. O pouco tempo de adaptação das jogadoras que forem da NBA não preocupa Bassul, mas sim a condição física de Érika.
“Elas não terão dificuldade para se adaptar, o que me preocupa é saber se a Érika vai suportar a lesão no campeonato porque não vamos ter um jogo fácil em poderemos poupá-la. Mas ela está motivadíssima e me disse que não quer perder esta Olimpíada de jeito nenhum”, afirma.
Se a pivô for vetada pelos médicos, Bassul garante que já tem um plano B na manga. “Temos sempre de ter um plano B, plano C, porque não adianta chorar. A resposta às situações tem de ser instantânea”.
Segundo ele, caso isto aconteça a equipe terá apenas de adaptar seu estilo de jogo. “Porque ela tem características diferentes das outras jogadoras da posição”.
Na seleção brasileira adulta desde 2001, quando ainda era das seleções, Érika é um dos destaques nacionais da atualidade. Vice-campeã mundial sub-21 em 2003, ela integrou a equipe quarta colocada nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004.