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Brasil

Desvincular HU não acaba com os gastos com pessoal

Arquivo Geral

25/09/2014 8h44

Mesmo que o Conselho Universitário (CO) aprove a transferência do Hospital Universitário (HU) à Secretaria Estadual da Saúde, a maior parte dos gastos seria descontada dos cofres da USP. O pagamento de salários dos servidores ativos e inativos da unidade, que correspondeu a R$ 270,9 milhões em 2013 (85% do custo total), continuaria sob responsabilidade da universidade e apenas novas contratações deixariam de ser custeadas.

A economia real que a desvinculação do Hospital Universitário daria à universidade em curto prazo é de R$ 47,6 milhões, que equivale a tudo que é gasto pelo equipamento além do pagamento dos servidores, como compra de materiais. Em 2013, o Hospital Universitário consumiu R$ 318,5 milhões, ou 6,16% do total gasto pela universidade. Todos os dados foram retirados da tabela de execução orçamentária divulgada pela instituição na internet.

O cálculo também pode ser feito em relação ao Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC), que já teve a desvinculação aprovada pelo CO. Neste caso, o pagamento de pessoal é menor: custou R$ R$ 70,3 milhões à USP no ano passado, valor que não foi repassado ao Estado. A desvinculação do HRAC renderia cerca de R$ 9,3 milhões, que corresponde a 11,7% do que custou para a USP em 2013.

A expectativa é de que a mudança reduza os gastos da universidade a longo prazo, na medida em que os servidores se aposentem e os novos funcionários sejam contratados já pela Secretaria de Saúde. Deixar de custear as demandas de infraestrutura também seria um alívio às contas. A USP não forneceu detalhes sobre o processo, que ainda está sendo debatido. Reunião do CO para definir a transferência do hospital ocorrerá nos próximos dias.

A desvinculação é uma das propostas feitas pelo reitor Marco Antonio Zago como medida para conter a crise financeira da universidade. A alternativa, no entanto, não foi bem recebida pelo governador Geraldo Alckmin, que afirmou que o Estado “não tem interesse” em assumir o hospital.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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