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Brasil

Delegado que investigou queda de balão é demitido

Rafael Gomes de Chiara, responsável pelo inquérito que não indiciou ninguém no acidente em Praia Grande, foi demitido por processos administrativos de 2022

Redação Jornal de Brasília

11/11/2025 13h08

Foto: Redes Sociais/Reprodução

Foto: Redes Sociais/Reprodução

UOL/FOLHAPRESS

O delegado Rafael Gomes de Chiara, que investigou a queda de balão com oito mortos em Praia Grande (SC), em junho, foi exonerado do cargo na Polícia Civil de Santa Catarina.

Exoneração foi publicada no Diário Oficial do estado na sexta-feira. Ele era titular da delegacia de Santa Rosa do Sul, que investigou o caso e concluiu o inquérito no começo de outubro sem indiciar ninguém pelo acidente.

Governo de Santa Catarina listou dois processos administrativos diferentes como motivadores da demissão, ambos do ano de 2022. Um deles é referente ao uso inadequado de um carro apreendido pela polícia e outro sobre críticas públicas que o delegado teria feito à Corregedoria da Polícia Civil.

Entendimento da polícia é de que Chiara agiu com improbidade no exercício da função e “se eximiu do dever de policial” nos casos em questão. A defesa dele nega que isso tenha motivado a demissão e fala em “viés político” na decisão (veja mais abaixo).

Decisão do estado também impede que o servidor demitido assuma qualquer cargo público pelos próximos seis anos. A exoneração foi baseada no Estatuto da Polícia Civil do estado.

Falta de indiciados no inquérito da queda do balão fez com que delegado sofresse “ataques públicos e privados”, segundo a defesa. Em nota enviada ao UOL, a advogada de Chiara, Franciele Kuhnen, afirmou que o delegado-geral da Polícia ligou para ele para anunciar que pediria sua demissão.

Procedimentos administrativos estavam “paralisados há anos” e foram “ressuscitados” após conclusão do inquérito, diz advogada. Na nota, a defesa afirma que o delegado “não cedeu às pressões e se recusou a indiciar pessoas sem fundamento jurídico”.

Advogada afirmou que vai tomar medidas judiciais para reverter situação. Ela afirma que seu cliente “apenas cumpriu a lei” e menciona “tentativa de retaliação” contra ele.

RELEMBRE O ACIDENTE

Oito pessoas morreram e 13 sobreviveram a uma queda de balão na cidade catarinense. O caso aconteceu no dia 21 de junho, quando o veículo pegou fogo durante voo.

Os que morreram na queda não conseguiram saltar no início do incêndio. Ao perceber o fogo, o piloto teria conseguido baixar o balão e, ao se aproximar do solo, ele ordenou que as pessoas pulassem e saltou do balão com elas, disse o responsável pela delegacia de Praia Grande, Tiago Luiz Lemos, ao UOL na época do caso.

Alguns passageiros, porém, não conseguiram deixar a aeronave que, mais leve, alçou voo. No ar, quatro pessoas pularam e quatro morreram carbonizadas. Queimado, o balão caiu na comunidade de Cachoeira do Bom Jesus, em Praia Grande.

Entre os mortos estão mãe e filha, dois casais e um médico.

As chamas começaram no cesto do balão, por causa de um maçarico. A informação preliminar foi passada por Lemos.

Cinco feridos foram encaminhados a hospital municipal, dois com queimaduras leves de 2º grau. Segundo o Hospital Nossa Senhora de Fátima, três mulheres e dois homens, todos com ferimentos leves, foram devidamente atendidos, medicados e receberam alta hospitalar em seguida.

Imagens publicadas nas redes sociais registraram o momento em que o balão cai. A lona pega fogo, e o cesto se solta de uma altura considerável do chão.

O balão pertencia à empresa Sobrevoar, que disse na ocasião cumprir todas as normas estabelecidas pela Anac. Em nota publicada nas redes sociais, a empresa destacou que não tinha registros de acidentes anteriores.

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