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Brasil

Defesa de Vorcaro tenta levar caso Master ao STF por documento que cita deputado do PL

Dono do Banco Master, preso ao tentar viajar, foi solto com uso de tornozeleira, enquanto investigação segue na Justiça Federal do DF

Redação Jornal de Brasília

01/12/2025 12h30

Foto: Banco Master / Divulgação

Foto: Banco Master / Divulgação

FOLHAPRESS

A defesa de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, tenta levar as investigações sobre o seu cliente para a supervisão do STF (Supremo Tribunal Federal) após um envelope com documentos de um negócio imobiliário relacionado ao deputado João Carlos Bacelar (PL-BA) ter sido encontrado em uma busca e apreensão.

Atualmente, as investigações relacionadas a Vorcaro correm na Justiça Federal do Distrito Federal.

Por causa desse documento, a defesa solicitou que o inquérito seja remetido ao Supremo. Os advogados fizeram o pedido na sexta-feira (28), que foi distribuído ao ministro Dias Toffoli.

Bacelar afirmou à reportagem que participou da criação de um fundo destinado à construção de um empreendimento imobiliário em Trancoso, distrito de Porto Seguro (BA). Segundo ele, Vorcaro demonstrou interesse na aquisição de parte desse projeto, motivo pelo qual recebeu a documentação. O deputado afirmou que a transação não avançou. “Ele me fez uma consulta sobre um imóvel em Porto Seguro, que não se concretizou. Quando o banco começou a entrar em dificuldade, ele pediu mais um tempo para poder exercer a opção. Foi feito um documento dando a opção de compra a Daniel Vorcaro”, disse.

A menção ao deputado foi confirmada inicialmente pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmada pela reportagem.

Eles afirmam que o caso é parecido com o da operação Overclean, que investiga suspeitas de desvios em emendas parlamentares e que foi enviada para o STF após documentos relacionados a um negócio que envolve imóveis.

Na sexta, a juíza Solange Salgado da Silva, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), determinou a soltura de Vorcaro e disse que ele deve ser monitorado com o uso de tornozeleira eletrônica.

O dono do Master estava preso desde o dia 17, quando se preparava para embarcar num voo para o exterior.

A juíza afirmou que as suspeitas sobre Vorcaro são graves, mas apontou que o uso da tornozeleira e outras medidas cautelares são suficientes.

“Embora inegável a gravidade dos fatos e o vultoso montante financeiro envolvido, verifica-se que a substituição da prisão por um conjunto de medidas cautelares robustas […] mostra-se suficiente para, atualmente, acautelar o meio social, prevenir eventual reiteração delitiva, garantir a ordem econômica, garantir o regular prosseguimento da persecução penal e coibir o risco de fuga”, escreveu a magistrada.

Vorcaro havia sido preso no aeroporto de Guarulhos (SP), quando embarcava para Dubai. Ao determinar a soltura, a juíza afirmou que o banqueiro comprovou que havia comunicado previamente ao Banco Central que voaria para os Emirados Árabes Unidos, com o objetivo de se reunir com empresários interessados na compra do Master.

“Assim, o risco residual de evasão do distrito da culpa mostra-se controlável por meio de medida menos gravosa, consistente na entrega e retenção do(s) passaporte(s), revelando-se esta providência apta e proporcional”, determinou.

Antes, a mesma juíza havia negado liberdade para Vorcaro. A equipe de advogados encabeçada por Pierpaolo Bottini, Roberto Podval, Walfrido Warde e Sergio Leonardo, entre outros, pediu a reconsideração da decisão.

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