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Brasil

Defensoria Pública do Rio diz que foi impedida de acompanhar perícia de corpos no IML

Órgão pediu acesso ao IML com base na ADPF das Favelas, mas Polícia Civil autorizou apenas entrada de membros do Ministério Público

Redação Jornal de Brasília

30/10/2025 12h50

Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

YURI EIRAS
FOLHAPRESS

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro afirmou nesta quinta-feira (30) que pediu para acompanhar as perícias nos corpos recolhidos após a operação nos complexos do Alemão e da Penha, mas que foi negada a entrada no IML (Instituto Médico Legal).

A Defensoria argumenta que o acompanhamento faz parte da atuação na ADPF 635, conhecida como ADPF das Favelas, determinada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

A Polícia Civil afirmou que o acesso ao IML está limitado a policiais civis e membros do MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro).

“Queremos entender as circunstâncias dessas mortes, gostaríamos de acompanhar. Ao Ministério Público a entrada foi oportunizada e à Defensoria não foi permitido o ingresso”, afirmou a defensora Rafaela Garcez.

Segundo Rafaela, houve contatos com a Secretaria de Segurança Pública para o ingresso, mas a coordenação afirmou que nomes deveriam constar em uma lista.

A Defensoria deve requisitar judicialmente o acompanhamento ainda nesta quinta. Inabitual, a entrada é pedida, segundo o próprio órgão, pela singularidade da operação.

“Viemos aqui hoje enfatizando que a Defensoria está na ADPF, inclusive fazendo parte do comitê de monitoramento. Tendo em vista a singularidade dessa operação, nós pedimos acesso em paridade com a outra parte, o Ministério Público”, disse o subcoordenador criminal da Defensoria, Emerson Betta.

O órgão atendeu 106 familiares na quarta. Segundo o IML, até a manhã 80 corpos já haviam passado por necropsia, o que significa mais da metade dos 121 mortos contabilizados oficialmente pelo governo. Seis corpos haviam sido liberados às famílias até a noite de quarta.

A Polícia Civil afirmou que ainda não há informações sobre o número de identificados.

Um posto do Detran (Departamento de Trânsito), no centro do Rio e ao lado do IML, foi colocado como ponto de triagem para as famílias. Os parentes chegam, cadastram as informações pessoais dos mortos, e recebem uma senha antes de fazer o reconhecimento.

Alguns deles têm reclamado da demora para a liberação.

O IML do centro foi destacado para o recebimento dos corpos da operação. Os demais casos que não envolvem a ação foram deslocados para o IML de Niterói.

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