A Companhia de Jesus, a ordem dos jesuítas fundada pelo espanhol Inácio de Loyola há quase 500 anos, lança amanhã, terça-feira, um novo portal na internet (www.jesuitasbrasil.com) e uma logomarca redesenhada para reforçar sua identidade e dar mais visibilidade aos projetos sociais, educacionais e culturais.
“A Companhia de Jesus é conhecida como passado, não como presente, e por isso queremos divulgar nossas obras atuais e aquilo que planejamos fazer no futuro”, anuncia o coordenador de Comunicação, padre Geraldo Lacerdine, falando em nome das quatro regiões ou províncias da instituição no País.
Os jesuítas, que já chegaram a ter 37 mil membros no mundo, são atualmente cerca de 19 mil em mais de 130 países. Caíram para a metade após a crise de vocações que se seguiu ao Concílio Vaticano II (1962-1965), mas assim mesmo formam o contingente masculino mais numeroso das congregações e ordens religiosas da Igreja Católica. No Brasil, eles são cerca de 650 e trabalham em 112 obras.
A Rede Jesuíta de Educação tem 21 escolas entre colégios e universidades, com uma média de 150 mil alunos, além de mais de 70 projetos sociais e educacionais espalhados por todo o território nacional.
São da Companhia de Jesus a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), a PUC de Pernambuco e Universidade do Vale dos Sinos, no Rio Grande do Sul, além da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) de São Bernardo do Campo e de duas escolas de nível superior em Belo Horizonte.
Seus colégios, todos de primeira linha, estão localizados em 12 cidades, com destaque para o Santo Inácio no Rio, o São Luís em São Paulo, o Loyola em Belo Horizonte, o Anchieta em Porto Alegre, o Antônio Vieira em Salvador e a Escola Técnica de Eletrônica em Santa Rita do Sapucaí (MG).
“São colégios caros, que atendem a filhos de famílias de maiores recursos, mas todos oferecem bolsas de estudos, de até 100%, para alunos que não podem pagar”, informa padre Lacerdine.
Essa opção pelos ricos se explica pela intenção manifestada pelo fundador, Santo Inácio, de dar boa formação aos dirigentes, a começar pelo rei, para assim alcançar a base.
Tudo em nome de Jesus, cujas letras iniciais em grego – IHS – estão no centro da marca da Companhia. Foi assim desde a fundação em 1534 e assim vai continuar na nova logomarca.
Modernidade
Desenvolvida pela agência BrightHouse, que ouviu a opinião de 70 jesuítas no País, a marca tem uma linguagem visual moderna. “Mais do que um projeto gráfico, ela resume o posicionamento e a amplitude da atuação dos jesuítas frente a novas questões da sociedade, nos campos cultural, educacional e social”, afirma padre Lacerdine.
Além de mostrar que os jesuítas formam elites, o novo portal dará um quadro minucioso dos projetos dirigidos aos pobres, como o Serviço Jesuíta aos Refugiados, que atua junto a imigrantes em 50 países, e de ações nas áreas educacional e social na África, onde está presente, ainda, a Rede Jesuíta contra a Aids.
No Brasil, o portal contribuirá, certamente, para dar novo impulso à causa de canonização do Beato José de Anchieta, que depende do reconhecimento de um milagre para ser declarado santo.
O acervo de Anchieta – escritos, objetos pessoais e documentos – será levado para um museu do Pátio do Colégio, no centro da capital, que poderá ser acessado pela internet. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.