Menu
Brasil

Cinco dos 12 suspeitos de participação na morte de Ruy Fontes são soltos

O Tribunal de Justiça de São Paulo foi questionado, mas respondeu que o caso está em sob segredo de Justiça

Redação Jornal de Brasília

16/11/2025 16h31

Foto: Polícia Civil/Divulgação

Foto: Polícia Civil/Divulgação

FRANCISCO LIMA NETO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Cinco dos 12 suspeitos de participação na morte do ex-delegado-geral de polícia de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, 64, foram soltos por determinação da Justiça. Eles terão de usar tornozeleira eletrônica, de acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública).

“Os cinco suspeitos que tiveram a prisão preventiva negada pela Justiça responderão em liberdade, mas com medidas cautelares impostas, como monitoramento por tornozeleira eletrônica. As investigações prosseguem”, afirmou a SSP.

O Tribunal de Justiça de São Paulo foi questionado, mas respondeu que o caso está em sob segredo de Justiça.

O DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa) concluiu a primeira fase das investigações sobre o assassinato de Ruy Ferraz Fontes, ocorrida em 15 de setembro, em Praia Grande.

O inquérito inicial foi relatado com o indiciamento de 12 suspeitos por envolvimento direto e indireto na execução, além da solicitação de suas prisões preventivas pelos crimes de homicídio qualificado consumado e tentado, porte ou posse de arma de fogo de uso restrito e integração a organização criminosa.

Dez suspeitos já estavam presos e dois seguem foragidos. Um suspeito ainda foi morto durante a tentativa de cumprimento de mandado de prisão em São José dos Pinhais (PR), na região metropolitana de Curitiba. Era Umberto Alberto Gomes, 39, apontado como um dos atiradores que teria atacado o carro de Ferraz Fontes.

Segundo o DHPP, da Polícia Civil, o indiciamento conclui apenas a primeira fase de investigação, e outro inquérito já foi aberto com a intenção de identificar os mandantes do assassinato e apontar a motivação.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos acusados.

A investigação aponta que, além de Gomes, entre os atiradores também estaria Paulo Henrique Caetano Sales, o PH. Ele foi preso inicialmente por ser o proprietário de um dos imóveis no litoral paulista que teria sido usado no crime.

O motorista do carro usado na emboscada seria Luiz Antônio Rodrigues de Miranda, que está foragido.

Marcos Augusto Rodrigues Cardoso, o Fiel, foi apontado como o ocupante de outro carro usado no crime, um Logan branco que circulou nas redondezas da sede da Prefeitura de Praia Grande, onde Ferraz Fontes trabalhava, e teria apontado o momento o carro da vítima para os comparsas no carro de ataque.

Os suspeitos Felipe Avelino da Silva, o Mascherano, e Flávio Henrique Ferreira Silva tiveram as digitais encontradas em outro carro, um Renegade prata. A investigação aponta que esse veículo seria usado na fuga, mas os investigados teriam esquecido a chave dentro do carro, e as portas ficaram travadas com os criminosos para fora. Mascherano foi preso no início de outubro, e Ferreira está foragido.

Além deles, os participantes do núcleo de apoio ao crime são motoristas de fuga, proprietários de imóveis usados como base dos suspeitos e recrutadores. Dahesly Oliveira Pires, 25, buscou um fuzil no litoral a pedido do motorista do carro usado no ataque, por exemplo.

Luiz Henrique Santos Batista, o Fofão, teria dado carona a um dos suspeitos de participar do crime, ajudando na fuga. William Marques e Cristiano Alves da Silva, o Cris Brown, eram proprietários de casas que serviram de apoio para os suspeitos.

Danilo Pereira Pena, 36, o Matemático, teria organizado parte do assassinato. E José Nildo da Silva, 47, foi visto no dia do crime com um colete à prova de balas e uma arma longa entrando numa das casas que, segundo a investigação, foi usada pelo grupo criminoso na logística do assassinato.

A investigação ainda apura se a morte foi uma represália ao trabalho que Ruy vinha fazendo na prefeitura –ele era secretário de Administração do município– ou se está ligada ao seu passado de atuação contra o crime organizado, quando foi o primeiro a investigar o PCC (Primeiro Comando da Capital).

Ruy Ferraz Fontes começou a carreira em 1988 e, ao longo de quatro décadas, trabalhou em diversos setores da Polícia Civil. Ocupou o maior posto da Polícia Civil do estado, como delegado-geral, de janeiro de 2019 a abril de 2022, na gestão do governador João Doria. Nessa função, respondia diretamente ao governador e ao secretário da Segurança Pública.

Ele trabalhava como secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande quando foi morto.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado