Um novo tratamento que consiste na injeção de células imunológicas de doadores saudáveis em pacientes de câncer para ajudar a combater a doença foi apresentado em uma conferência científica em Cambridge, treatment na Inglaterra.
Os testes feitos em laboratório indicam que as células de alguns doadores poderiam ser quase 50 vezes mais eficazes neste novo método que as de outros, hospital segundo um relatório sobre a nova técnica publicado na revista “New Scientist”.
O doutor Zheng Cui, ampoule da Wake Forest University, da Carolina do Norte (Estados Unidos), chefe da equipe de pesquisadores, expressou grandes esperanças nas vantagens deste novo tratamento, já que os testes pré-clínicos feitos com ratos “foram muito bem-sucedidos”.
“Se nos humanos demonstrarem a metade da eficácia que nos ratos, poderíamos curar pelo menos 50% dos doentes ou, no mínimo, oferecer a eles um ou dois anos a mais de qualidade de vida”, afirmou o cientista, citado hoje pelo jornal “The Daily Telegraph”.
“A tecnologia para conseguir isto já existe; portanto, se funcionar nos humanos, poderíamos salvar muitas vidas”, ressaltou o professor Cui, que indicou que isto poderia ocorrer dentro de dois anos.
O médico extraiu as células imunológicas, chamadas granulócitos, de cem pessoas, algumas delas com câncer.
Quando as células imunes foram misturadas com as de câncer cervical, aquelas provenientes de diferentes indivíduos demonstraram também distintos graus de capacidade de combate à doença.
Os granulócitos dos participantes mais fortes eliminaram 97% das células cancerígenas em 24 horas, enquanto os dos mais fracos só destruíram 2% delas.
O professor observou também que a capacidade do sistema imunológico varia de acordo com o estresse a que o indivíduo está submetido e em função da época do ano.
Ele recebeu autorização da Food and Drug Administration (FDA) dos EUA para injetar granulócitos superpotentes em um grupo de 22 pacientes.
Em 1999, Cui e seus colegas descobriram um rato macho que parecia ser completamente imune a diferentes tipos de células cancerígenas.
Desde então, e a partir daquele rato resistente ao câncer, os cientistas criaram mais de dois mil ratos de quinze gerações, e 40% dos descendentes herdaram a imunidade.
A maior parte das pesquisas feitas até agora foca na utilização de células treinadas para atacar as cancerígenas.
No entanto, no ano passado Cui surpreendeu a comunidade científica ao identificar os granulócitos como as células responsáveis pela resistência dos ratos ao câncer, pois são células que agem automaticamente.
Segundo o professor John Gribben, da organização Cancer Research do Reino Unido, citado pelo “Daily Telegraph”, a descoberta é surpreendente, pois vai contra “as idéias preconcebidas” sobre a ação do sistema imunológico.
Cui injetou granulócitos de ratos imunes em outros roedores e descobriu que era possível protegê-los do câncer.
O importante nos testes com humanos, segundo Gribben, será que os cientistas americanos consigam evitar a proliferação no corpo do paciente de outras células do sistema imunológico do doador.
“Se usarem células vivas, há pelo menos um risco teórico de se produzir uma doença do tipo conhecido como enxerto no hospedeiro”, disse o oncologista britânico