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Brasil teve mais de 500 mil furtos ou roubos de veículos em 2021, aponta IBGE

É a primeira vez que o IBGE divulga esses números. Atualmente, os dados utilizados são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública

Redação Jornal de Brasília

07/12/2022 11h03

Foto: Agência Brasil

Mais de meio milhão de veículos foram furtados ou roubados no Brasil ao longo de 2021, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a primeira vez que o instituto divulga esses números – essenciais às políticas de segurança pública. Atualmente, os dados utilizados são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com base em registros policiais. Esses números, no entanto, são considerados incompletos, porque muitos crimes não são registrados em delegacias.

Desta vez, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua fez o levantamento inédito – Vitimização: Furtos e Roubos 2021. Os pesquisadores investigaram o tema junto a moradores de 15 anos ou mais tendo como período de referência os últimos 12 meses em relação à data da entrevista. O levantamento foi apresentado na manhã desta quarta-feira, dia 7.

Os resultados mostram que, no ano passado, 4,4 milhões de domicílios brasileiros tinham pelo menos um morador que tinha sido vítima de furto (4% do total de domicílios do País) ou roubo (2%). Foram 342 mil furtos de veículos (192 mil carros e 150 mil motos) e 222 mil roubos de veículos (117 mil carros e 105 mil motos). Segundo o IBGE, “enquanto o furto se caracteriza pela ausência de violência ou ameaça à vítima, o roubo é definido pela sua presença, seja com ou sem o uso de arma”.

A grande maioria (de 80% a 91%) das pessoas que tiveram um carro ou uma moto furtada ou roubada deram queixa à polícia ou à guarda municipal. Entre os poucos que preferiram não registrar a ocorrência, as principais alegações foram “falta de provas”, “pouca confiança no trabalho de investigação” e “medo de represálias”, entre outros.

Sensação de segurança

A PNAD Continua Vitimização: Furtos e Roubos 2021 também aferiu a sensação de segurança da população. Embora 71% das pessoas de 15 anos ou mais tenham afirmado se sentirem seguras ao andarem sozinhas nas redondezas de seus domicílios, a diferença por gênero é significativa. Entre os homens, esse porcentual foi de 75,8%, contra 66,8% entre as mulheres.

A proporção de mulheres que afirmaram ter uma chance alta ou média de serem vítimas de violência sexual (20,2%) também foi bem maior do que a dos homens (5,7%). Entre os homens, destacam-se as chances de ser vítima de violência policial (13,5%) ou de ser confundido com um bandido (13,4%).

A sensação de segurança para andar sozinho pelo bairro é bem maior entre pessoas que não foram vítimas de furto nos 12 meses anteriores à pesquisa (71,4%), contra 49,3% entre os que foram vítimas de furto.

A ocorrência de crimes violentos nos arredores do domicílio também interfere na sensação de segurança. Menos da metade da população se sentia segura onde havia extorsão (45,0%), pessoas transitando armadas sem autorização (46,1%), roubos (47,5%) e troca de tiros (49,4%).

Em geral, os negros também se sentem menos seguros que os brancos. Em 10 dos 13 tipos de violência investigados, a proporção de pessoas de cor preta ou parda que relataram risco médio ou alto de serem vítimas foi maior que a das pessoas brancas. Os maiores exemplos são “ser confundido com um bandido”, “ser vítima de bala perdida” e “ser vítima de violência policial”.

Entre os brancos, os medos mais citados foram “ter informações pessoais divulgadas na internet”, “ser vítima de sequestro” ou ter “carro, moto ou bicicleta roubados”.

Estadão Conteúdo

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