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Brasil

Batidas em veículos parados em acostamentos de rodovias mataram ao menos 6 em 2025

Seis mortes ocorreram em 62 acidentes. Outras 60 pessoas tiveram ferimentos e precisaram de atendimento

Redação Jornal de Brasília

18/11/2025 8h35

Foto: Divulgação

FÁBIO PESCARINI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Ao menos seis pessoas morreram em acidentes envolvendo veículos parados ou estacionados em acostamentos de rodovias neste ano.

O número, até outubro, pode ser ainda maior, porque foram registrados em 44 rodovias gerenciadas pela empresa CCR, do grupo Motiva, em São Paulo, Rio de Janeiro e no Sul do país, mas demonstram a violência de veículos em alta velocidade que se chocam contra um um objeto fixo —no caso o carro parado ou que proporcionam atropelamentos.

As seis mortes ocorreram em 62 acidentes. Outras 60 pessoas tiveram ferimentos e precisaram de atendimento.

Questionados na última quarta-feira (12) sobre números de sinistros em acostamentos de todas as rodovias paulistas, o DER (Departamento de Estradas e Rodagens) e a Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo) não responderam até a publicação deste texto.

Em comum nestes acidentes de trânsito está a falta de cuidado de motoristas e passageiros que param seus veículos em acostamentos, seja por pane mecânica, para observar paisagens —situação comum em estradas com destinos a praias ou pontos turísticos— ou mesmo para urinar.

“O acostamento não é um local seguro e podem ocorrer acidentes graves ali”, afirma Jorge Manuel Gonçalves Pereira, gerente de operações da empresa que mantém concessões de rodovias.

O veículo parado na área lateral por ser atingido por um caminhão com pneu estourado desgovernado ou mesmo por alguém que levou uma fechada e teve o reflexo de sair da pista para o lado direito.

Segundo Pereira, há falta de atenção ou cuidado das pessoas que usam esses locais. Um deles é parar próximo à pista de rolamento. A situação piora quando o motorista abre a própria porta para descer do veículo, ficando exposto a quem chega em alta velocidade sem tempo de reduzir ou desviar

Uma câmera de monitoramento mostrou neste ano um carro preto com a porta aberta no acostamento da rodovia dos Bandeirantes, ligação da capital ao interior, onde o limite de velocidade é de 120 km/h, o maior entre as estradas paulistas. Não se sabe por que o automóvel estava parado ali, pois quando o socorro parava atrás, o condutor fechou a porta e saiu.

“Numa emergência, o motorista deve fazer uma avaliação rápida do local e olhar pelo retrovisor para checar como é o movimento na rodovia”, afirma. “A melhor opção é descer pelo lado do passageiro e se refugiar longe do carro, atrás de defensas, por exemplo.”

No feriado prolongado do Dia da Consciência Negra, celebrado nesta quinta-feira (20), o aplicativo de GPS Waze vai informar aos motoristas que há atendimento de emergência em acostamento nas proximidades. O alerta vai funcionar no sistema Anhanguera/Bandeirantes.

INFRAÇÃO DE TRÂNSITO

Parar indevidamente no acostamento
Multa de R$ 88,83 e 3 pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação)
Ultrapassar pelo acostamento
Infração gravíssima, com multa de R$ 1.467,35 e 7 pontos no prontuário

Em dezembro do ano passado, quatro operários de uma obra na rodovia dos Bandeirantes, em Jundiaí (SP), morreram quando um caminhão que seguia no sentido interior invadiu o acostamento e bateu em outros veículos —um deles de uma empresa responsável pelos trabalhos no local.

Por causa desse tipo de acidente, mais de 50 concessionárias de rodovias criaram uma campanha para conscientizar motoristas a reduzirem a velocidade e, se possível, trocar de faixa para evitar batidas contra viaturas em atendimento ou atropelarem funcionários que fazem manutenção em áreas com obras.

Segundo a concessionlária Arteris, em 2025 foram registradas 48 ocorrências envolvendo frentes de obras em rodovias administradas por empresas do grupo, sendo 24 na Régis Bittencourt.
“São vidas que dependem da atenção e da consciência de cada motorista que passa por ali”, diz José Júnior, diretor superintendente da Autopista Régis Bittencourt.

CUIDADOS AO PARAR NO ACOSTAMENTO PARA EMERGÊNCIA

Evite pedalar bicicleta em acostamentos de rodovias, principalmente as de grande movimento

Faça uma avaliação total do local

Veja o volume de tráfego na rodovia e se seu veículo está próximo da faixa de rolamento

Prefira descer pelo lado direito, do passageiro

Todos os ocupantes devem se afastar do veículo e buscar local seguro, como atrás de uma defensa enquanto espera o resgate

Fique sempre de frente ao trânsito de veículos

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