Palco da decisão do título da temporada de Fórmula 1 pelo terceiro ano consecutivo, o circuito de Interlagos passou por uma grande reforma para receber a edição 2007 do evento. A principal mudança está no tradicionalmente criticado asfalto, totalmente trocado, além da construção de novos lances de arquibancadas fixas.
Agora, a idéia é mexer em outro ponto crítico do lendário circuito, os paddocks, considerados uns dos mais apertados de todo o calendário da categoria. “O prefeito (Gilberto Kassab) até já falou isso. Uma de nossas idéias agora é aumentar a área de paddock, mas isso é um projeto que tem que ser estudado e planejado. Talvez a gente apresente no próximo ano”, comentou Chico Rosa, administrador de Interlagos.
De acordo com ele, esta é uma intervenção que exige mais cuidado. “Ampliar essa área não é como fazer uma nova arquibancada, onde basta usar um terreno que já está vazio”, lembrou Rosa, que também foi um dos principais incentivadores da carreira de Emerson Fittipaldi, bicampeão mundial. “Não podemos esquecer que temos o ano inteiro de outras competições aqui. O automobilismo nacional já é muito prejudicado pela Fórmula 1, porque que as corridas que seriam feitas aqui nessa época têm que ser transferidas para outras cidades”, justificou o administrador.
O novo asfalto de aproximadamente 30 milhões de reais foram gastos nesta reforma, que promete maior aderência e durabilidade ao traçado.
Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab acredita que as já tradicionais reclamações a respeito da ondulação da pista irão diminuir. “A prefeitura de São Paulo entrega hoje uma excelente pista. O autódromo com parte de suas reformas executadas, já parte do plano diretor. No ano passado, mostramos um plano de recuperação e hoje mostramos que essa proposta é uma realidade”, comentou.
“Esperamos que tenhamos uma corrida à altura de nossas tradições. Depois, queremos retomar a reforma para que no ano que vem estejamos festejando a segunda etapa dos investimentos”, destacou. A previsão é que, com a melhora das condições de aderência, os tempos de volta diminuam cerca de um décimo de segundo.
Fórmula Truck – Até as novas reformas, entretanto, os organizadores da disputa terão que resolver o que fazer com as etapas da Fórmula Truck em São Paulo, cujos equipamentos pesados, além do “zerinho” (volta de 360º graus em torno do próprio eixo do caminho) podem degradar as condições da pista.
“Ainda estamos pensando. A Truck é um espetáculo bonito, mas também temos que ter consciência de todo o esforço feito para deixar o asfalto assim”, comentou Chico Rosa. Este ano, a principal categoria de caminhões do Brasil esteve em Interlagos no mês de maio, pouco antes do fechamento do autódromo para reformas.