PAULO EDUARDO DIAS
FOLHAPRESS
O ataque que matou o ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo Ruy Ferraz Fontes, 64, em Praia Grande, na Baixada Santista, teve mais de 60 tiros disparados pelos criminosos.
Os autores usaram dois tipos distintos de fuzil e uma pistola. De acordo com o registro de ocorrência, foram recolhidas no local do crime e seu entorno 63 cápsulas de munição, sendo 31 de fuzil 556, 17 de fuzil calibre 7,62 mm e 15 de pistola calibre 9 mm.
Todos os itens apreendidos foram encaminhados para o Instituto de Criminalística sob guarda do Núcleo de Balística.
Peritos que estiveram na cena do crime contabilizaram 29 perfurações no carro em que Ruy estava na noite de 15 de setembro. O laudo sobre a morte do delegado, com a quantidade exata de disparos que o acertaram e o local dos ferimentos no corpo, ainda não foi concluído.
Pioneiro na investigação do PCC (Primeiro Comando da Capital), o ex-delegado atualmente chefiava a secretaria de Administração de Praia Grande. A investigação tocada pelo DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) não descarta hipóteses para o assassinato, mas trabalha com foco na atuação dele na cidade litorânea, que poderia ter gerado algum atrito, ou pelas investigações enquanto delegado, quando chegou a ser ameaçado.
Até a noite desta terça-feira (23) a Polícia Civil havia pedido a prisão de oito pessoas por suspeita de envolvimento na morte de Fontes. Todas elas foram decretadas pela Justiça, no entanto, quatro continuavam foragidas.
A identidade do alvo da oitava ordem de prisão não foi divulgada. A gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) não detalhou qual teria sido a função do suspeito, que está foragido.
No domingo (21), o dono da casa em Praia Grande que teria sido usada por envolvidos no assassinato se apresentou em uma delegacia.
William Marques, 36, está detido no Deic após ter a prisão ordenada pela Justiça. Ele é irmão de um policial militar, que não possui envolvimento com o caso.
Segundo a polícia, foi nessa casa que Dahesly Oliveira Pires, 25, presa na semana passada, teria retirado um fuzil usado no assassinato do ex-policial.
Apesar de ter negado ter conhecimento do que se tratava o pacote, posteriormente Dahesly admitiu que sabia que estava transportando um fuzil.
Na manhã de sábado, a polícia havia prendido o terceiro suspeito de participação no crime. Rafael Marcell Dias Simões, o Jaguar, 42 anos, entregou à polícia em uma delegacia de São Vicente, no litoral paulista. A prisão é temporária a tem validade de 30 dias.
À Folha de S.Paulo a defesa de Simões afirmou que vai provar a inocência dele no curso das investigações.
A polícia suspeita de que Simões tenha sido transportado por Luiz Henrique Santos Batista, o Fofão, 38, detido na sexta (19) pela manhã em São Vicente.
Há mais três pessoas com prisão decretada que estão foragidas. Entre eles, Luiz Antônio Rodrigues de Miranda, namorado de Dahesly, que pediu que ela transportasse o armamento.
O segundo procurado, conforme o governo estadual, é integrante do PCC e foi identificado pela Polícia Civil como Felipe Avelino da Silva, 33, conhecido como Mascherano. Outro suspeito é Flávio Henrique Ferreira de Souza, 24, sem passagem, de acordo com o secretário. Impressões digitais deles foram encontradas em um carro que teria envolvimento no crime.