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Brasil

Alunos da Uerj ocupam reitoria após corte em auxílios para alimentação e compra de livros

Havia uma bolsa-material de R$ 100, para financiar livros e impressões, agora reduzida à metade

Redação Jornal de Brasília

02/08/2024 8h46

Entrada dos candidatos para o primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro(UERJ), na zona norte do Rio.

BRUNO LUCCA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Estudantes da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ocupam há uma semana a reitoria da instituição -no Maracanã, zona norte carioca- em protesto contra cortes e mudanças nos programas de auxílio permanência da instituição a partir deste semestre.

Havia uma bolsa-material de R$ 100, para financiar livros e impressões, agora reduzida à metade. Um auxílio-alimentação de R$ 300 foi extinto para alunos dos campi com restaurante popular. E uma bolsa permanência de R$ 706, antes elegível a alunos com rende familiar de até 1,5 salário mínimo, hoje vale apenas para os que vivem com até meio salário.

Com as reformas, estima-se que 1.400 alunos percam amparo da universidade.

A Uerj justifica a ação afirmando enfrentar “dificuldade de obter os recursos necessários” ao funcionamento dos programas. “As bolsas de apoio à vulnerabilidade foram criadas de maneira emergencial no período da pandemia e que, no contexto atual de insuficiência orçamentária, precisam ser revistas de modo a não afetar os mais vulnerabilizados”, escreve em nota.

Para este ano, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação aumentou o repasse em 15%, indo a R$ 1,8 bilhão. Já foram queimados mais de R$ 1 bilhão.

“Sabemos do contingenciamento financeiro que vive nossa universidade e que o orçamento disponível é inferior à necessidade. Por isso, nossa luta é por mais orçamento e contra a política de destruição da Uerj”, diz Mariola Souza, 24, aluna de ciências sociais, e uma das líderes da invasão à reitoria.

Houve uma reunião entre os discentes e a gestão da universidade na terça-feira (30). Nela, os manifestantes cobraram a revogação das mudanças na política de bolsas. A reitoria negou o pedido e disse que a ocupação já tem gerado danos ao patrimônio. Um novo encontro foi marcado para esta sexta-feira (2).

Fundada em 1930, a Uerj é uma das maiores universidades do país, com campi em nove cidades do Rio de Janeiro e 43 mil alunos, distribuídos em 100 cursos de graduação, 63 de mestrado e 46 de doutorado.

A instituição foi a primeira no Brasil a adotar um sistema de cotas em seu vestibular, em 2003.

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