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Brasil

Abrafrec reclama de falta de respostas do governo

Setor, que luta pela regulamentação do transporte fretado no Brasil, alega descaso por parte do Ministério da Infraestrutura

Redação Jornal de Brasília

16/07/2022 5h00

Atualizada 18/07/2022 12h42

Foto: Reprodução

A Associação Brasileira dos Fretadores Colaborativos (Abrafrec) reclama da falta de reavaliação quanto à regulamentação do transporte fretado no Brasil. O órgão alega que já são 590 dias sem respostas do Ministério da Infraestrutura (Minfra).

Segundo a Abrafrec, o Minfra “ignora as diretivas do governo e mantém a regra do circuito fechado, que além de inviabilizar grande parte do turismo nacional, criminaliza a atividade daqueles que operam via aplicativo”. A associação, que representa um setor de mais de seis mil empresas que operam uma frota de mais de 25 mil ônibus cadastrados na Associação Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), alega descaso e pretende fazer pressão para que a legislação seja revista.

Na última terça-feira (12), fretadores organizaram uma série de protestos em Brasília. Pela manhã, a classe reuniu veículos na frente do Minfra. Mais tarde, foi até o Palácio do Planalto com o objetivo de alertar o presidente e autoridades sobre a atual situação do setor. “Hoje, os empresários desse ramo de transporte e turismo estão sendo perseguidos pela ANTT por causa de uma norma anacrônica, de 1998, que impede que os fretadores possam usar seus ônibus da melhor maneira”, afirma Marcelo Nunes, presidente da Abrafrec e empresário do setor de transporte. “Estamos tentando chegar num acordo com a agência reguladora e o governo há meses, mas cada um nos joga para um lado, está cada vez mais difícil”, acrescenta.

O setor representado pela Abrafrec gera mais de 150 mil empregos diretos e indiretos para manter a frota interestadual em circulação e 93% do mercado de fretamento é formado por pequenas empresas operando até 10 veículos, segundo dados da CNT – Confederação Nacional do Transporte.

Segundo o presidente da associação, ocorreram reuniões nas últimas semanas com o atual ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, e com representantes da ANTT. “Tínhamos uma expectativa de que as coisas iam andar, mas o que estamos vendo é que, mais uma vez, foram movimentos protelatórios”. Para ele, tanto a agência reguladora quanto o MInfra não vão se mover para derrubar o circuito fechado, que é a grande reivindicação não apenas da categoria, mas de todo setor de turismo. “Eles se comprometeram a rever o decreto e se colocam como favoráveis à discussão, mas não deram um prazo. Ou seja, não querem fazer, mas também não querem que a Câmara aprove a lei para a abertura de mercado. Então vamos ter que resolver isso de outra forma: mostrando para os brasileiros que o governo não resolveu a questão para o turismo, que representa quase 8% do PIB, como também impede a entrada de novas empresas no mercado de transporte”, diz Nunes.

Nunes lembra que três ministérios do atual governo já se manifestaram favoráveis à revisão do circuito fechado, incluindo o próprio Ministério da Infraestrutura. Em janeiro deste ano, o Ministério da Economia, por meio da Frente Intensiva de Avaliação Regulatória e Concorrencial – FIARC -, declarou que o “circuito fechado” é anticoncorrencial, que viola as regras da OCDE e que traz prejuízo estimado em R$1 bilhão ao ano para o país, além de propor alteração da regulação para prever a categoria de fretamento colaborativo, ofertado via aplicativos, por gerar benefício à população e nova demanda para o setor.

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