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Brasil

76% dos moradores do Rio querem que Exército participe da segurança pública, diz Datafolha

A pesquisa ouviu 626 pessoas com 16 anos ou mais de idade por telefone na cidade do Rio de Janeiro e na região metropolitana da capital

Redação Jornal de Brasília

01/11/2025 17h07

lula participa da celebração do dia do exército. (1)

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

LUCAS LACERDA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Em meio à repercussão da operação Contenção, a mais letal já registrada no Brasil, com 121 mortos, 76% da população da cidade do Rio de Janeiro e da região metropolitana da capital fluminense acham que o Exército deve atuar na segurança pública.

Parcela parecida, de 72%, acha que a ação deveria ter contado com a participação das Forças Armadas, segundo pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (1º).

A pesquisa ouviu 626 pessoas com 16 anos ou mais de idade por telefone na cidade do Rio de Janeiro e na região metropolitana da capital, nos dias 30 e 31 de outubro. A margem de erro da pesquisa é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos.

Para 66%, a legislação atual deveria ser alterada para aumentar as responsabilidades do governo federal na segurança pública. Entre quem achou a operação Contenção mal executada, 77% são favoráveis à mudança.

Além disso, 55% das pessoas que votaram em Jair Bolsonaro (PL) em 2022 também expressam essa opinião, considerando margem de erro de seis pontos percentuais para mais ou para menos. O ex-presidente é aliado do governador fluminense, Cláudio Castro (PL). Entre os eleitores de Lula, com margem de erro de sete pontos percentuais, o índice vai a 75%.

A discussão sobre competências do Estado e da União na segurança pública também esquentou com as queixas de Castro sobre a falta de apoio do governo federal, que iniciaram uma troca de acusações. O governador afirmou ter pedido em janeiro deste ano blindados da Marinha para operações, o que teria sido negado dada a necessidade de uma operação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem), descartada pelo governo federal.

Dentre os 40% que aprovam a gestão Castro como ótima ou boa, 86% acham que o Exército deveria participar da segurança pública no Rio. Para os 34% que consideram a gestão ruim ou péssima, a parcela é de 64% a favor.

Entre os que avaliaram a operação como muito bem executada, a parcela favorável à participação da força no tema é de 84%, indicador similar a quem reconheceu uma execução regular, com falhas (83%).

O histórico de participação do Exército na segurança pública do Rio tem ocasiões como as operações durante a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 e a intervenção federal na segurança em 2018, comandada por Walter Souza Braga Netto, depois integrante do governo Bolsonaro. Isso sem considerar ocupações na região onde ocorreu a operação Contenção –Alemão e Penha– em diferentes momentos, como em 1995 e 2010.

Episódios de violência também marcaram a atuação do Exército na cidade. No ano passado, o STM (Superior Tribunal Militar) decidiu reduzir em até 28 anos as penas dos oito militares do Exército envolvidos no assassinato do músico Evaldo Rosa dos Santos e do catador Luciano Macedo, em abril de 2019. Eles dispararam 257 tiros contra os dois. O episódio foi um dos que marcaram o período na cidade.

O ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Lula, Ricardo Lewandowski, chegou a afirmar que Castro deveria assumir as responsabilidades ou ‘jogar a toalha’, dias antes de os dois anunciarem a criação de um escritório para o combate ao crime organizado no Rio.

Já o governador tem defendido o sucesso da operação e criou, com aliados do Executivo de outros estados, o “Consórcio da Paz”. A avaliação positiva sobre a operação tem o apoio de 38% da população.

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