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PM é indiciado por matar esposa e enteada de 3 anos

No documento em que indiciou o agente, a Polícia Civil também solicitou a conversão da prisão temporária, que foi decretada no dia 15 de dezembro, em prisão preventiva

Redação Jornal de Brasília

11/01/2023 7h51

Foto: Reprodução/Polícia Militar

O policial militar Rafael Martins Mendonça, que era investigado por matar a esposa, Elaine Barbosa de Sousa, e a enteada, Ágatha Maria, de 3 anos, foi indiciado pela Polícia Civil pelo crime de homicídio qualificado. O crime aconteceu em Rio Verde, no sudoeste de Goiás.

O homem também foi indiciado por tentar matar a outra filha de Elaine, que levou pelo menos três tiros e sobreviveu ao crime.

O documento que indiciou o policial foi assinado pelo delegado substituto Caio Martines dos Santos na segunda-feira (9).

No documento encaminhado a Justiça de Goiás, a polícia indiciou o policial por homicídio qualificado por homicídio fútil “à traição de emboscada ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa”. Também há a qualificadora de feminicídio, pelo fato do crime ter sido cometido contra uma mulher.

O inquérito foi finalizado no mesmo dia em que a Justiça autorizou o delegado a analisar o celular do Rafael Martins Mendonça, após solicitação feita pelo delegado responsável pela apuração do caso, Adelson Candeo.

No relatório elaborado pela polícia, a corporação justifica o indiciamento ao pontuar que foi possível constatar que o autor agiu com violência e sem qualquer tipo de possibilidade de defesa contra as vítimas, uma vez que Ágatha foi atingida por 6 disparos de arma de fogo, Elaine por 9 e a outra filha da vítima, por três.

Durante a investigação do caso, a Polícia Militar lamentou o crime e disse que iria prestar todo apoio à família das vítimas. A corporação ressaltou que o militar estava de folga no momento do assassinato e não usava arma da polícia. Um Procedimento Administrativo Disciplinar foi aberto para tomar as medidas necessárias.

Discussão e disparos


O crime foi na noite de quarta-feira (14) e o policial militar foi preso logo depois. De acordo com o delegado Adelson Candeo, a pedagoga Elaine Barbosa estava de joelhos e tentou se proteger dos tiros quando foi assassinada junto com a filha. Segundo a Polícia Civil, o soldado ainda baleou a outra enteada, de 5 anos, que foi levada a um hospital.

A situação foi descoberta após o PM ligar para um amigo, também militar, dizendo que tinha feito uma besteira e iria se matar. A esposa, Elaine Barbosa de Sousa, e a filha, Ágatha Maria de Sousa, morreram na hora. A outra criança foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levada a uma unidade de saúde.

Adelson Candeo detalhou que a mulher foi atingida com oito tiros e a filha dela, de 3 anos, com cinco, sendo um deles de raspão. O investigador contou que, durante perícia no local do crime, havia indícios claros de que a mulher tentou se defender dos disparos.

“Como ele relatou que teve uma briga, provavelmente ela estava de joelhos pedindo para que ele desistisse de dar os tiros. Muito provavelmente, quando ele começou a efetuar os disparos, ela ergueu o braço e recebeu vários tiros no braço. São claramente lesões de defesa”, contou.

O inquérito policial também informou que a menina que sobreviveu levou pelo menos três tiros. Ainda conforme o delegado, além da posição em que o corpo foi encontrado, o perito também constatou que ela estava em uma posição ajoelhada ou achada com base nas marcas dos disparos.

“Quando uma pessoa está em pé e você atira, os tiros transfixam o corpo e batem na parede. No caso dela, todos os tiros estavam no chão. Ela recebeu oito tiros e os oito projéteis atravessaram o corpo dela e foram para o chão”, explicou.

Segundo a Polícia Civil, o policial estava afastado do serviço nas ruas, fazendo o trabalho administrativo. Inicialmente, a polícia informou que o militar estava com problemas psicológicos. No entanto, o delegado explicou que o soldado teve um AVC.

Após o crime, o pai da menina que sobreviveu, Frank Bonifácio, contou que a menina chorou e perguntou pela família.

“Ela saiu do hospital e perguntou “Cadê a mamãe? Pega a mamãe pra ir pro hospital, a maninha também [sic.]. É muito triste”, conta Frank.

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