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PCDF desarticula grupo criminoso que aplicava golpe do nudes em vários estados

A Polícia Civil do Distrito Federal com apoio da PCRS, realiza uma operação para cumprir mandado de busca e apreensão no RS

Redação Jornal de Brasília

29/04/2022 9h29

Foto: Polícia Civil do Distrito Federal

Na manhã desta sexta-feira, 29, a Polícia Civil do Distrito Federal, por meio da investigação da 9a DP Lago Norte, com apoio da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, realiza uma operação para cumprir mandado de busca e apreensão na cidade de Campo Bom, RS. O objetivo é conseguir provas e avançar investigações do golpe do nudes.

O alvo da operação é um concentrador dos valores desviados pelo grupo. Com a investigação já foi identificado depósitos, de diferentes montantes, realizados por pelo menos 15 vítimas espalhas por diversos estados do país.

Os criminosos selecionam as vítimas por meio das redes sociais, de acordo com sua faixa etária e status social, contatam por mensagem e iniciam o assédio. Um dos integrantes do grupo passando-se por uma mulher bonita, finge interesse, fazendo elogios, e solicita um contato de WhatsApp para iniciar uma conversa mais reservada.

“A vítima acaba caindo na armadilha e passa a manter bate-papos íntimos com a suposta mulher, que passa a enviar nudes e solicitar das vítimas a mesma atitude. Depois que a vítima está completamente envolvida, os supostos pais da mulher aparecem e passam a dizer que a vítima estava conversando com uma adolescente, de apenas 13 anos. Ameaçando escândalo, os criminosos passam a extorquir a família, pedindo altas quantias, inclusive para não noticiar os fatos à polícia”, conta o delegado Eric Sallum, da 9a DP.

Apesar das vítimas resistirem a efetuar os depósitos, os criminosos insistem, com envios de vídeos, mostrando aos supostos pais e mães da adolescente, um suposto depoimento, na presença do delegado de polícia, narrando os fatos. Outras vezes, os envolvidos também ligam, fingindo ser da própria polícia, e solicitam o dinheiro para arquivar a ocorrência.

“Quando as vítimas efetuam o pagamento de altos valores, os criminosos enviam um vídeo no qual quebram um celular com martelo, dizendo que o aparelho seria da suposta mulher e a vítima poderia ficar tranquila, pois a mensagem fora destruída”, conta Sallum.

Os mesmos vídeos já foram usados, diversas vezes, por outros grupos presos. Eles são comprados na internet e usados por outros grupos no mesmo modus operandi. “Em que pese outras operações da Polícia Civil, ainda existem vítimas caindo na mesma história”, explica o delegado.

A investigação se iniciou por conta da apuração de um golpe aplicado em uma vítima moradora do Distrito Federal, após a mesma ter pago uma quantia de R$ 15 mil ao grupo. Com a apuração, os policiais chegaram a outras 15 vítimas espalhas nos estados de MG, MS, GO, SC, RS e MT.

“Uma das vítimas chegou a pagar cerca de R$ 220 mil aos bandidos. Outras optaram por não registrar ocorrência em seus estados por se sentirem envergonhadas. Os valores eram depositados de maneira fragmentada, em dezenas de contas, que depois eram concentradas num indivíduo central, alvo das buscas desta manhã. Esse indivíduo depois sacava os valores em caixas eletrônicos e repassava para terceiros ainda desconhecidos”, explica o delegado.

As investigações apontaram, ainda, que os responsáveis pelos envios das mensagens usaram servidores internacionais para se manterem camuflados. As informações serão encaminhada às demais Polícias Judiciárias dos estados envolvidos.

Todos os envolvidos serão indiciados por extorsão, organização criminosa e lavagem de dinheiro com penas somadas que podem alcançar até 26 anos de reclusão.

Embora esses vídeos já tenham sido usados por diversos outros grupos criminosos, ainda existem pessoas caindo no golpe, e é necessário prestar atenção.

“A PCDF tem sistematicamente deflagrado operações interestaduais para combater crimes cometidos por indivíduos localizados em outros estados e residentes nesta capital. A presente operação é mais uma prova que cometer crime no DF não é um bom negócio. Tentamos demonstrar à população que vale a pena registar ocorrência, pois não mediremos esforços para dar uma resposta às vítimas”, finaliza o delegado Erick Sallum.

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