Uma operação conjunta do Ministério Público de São Paulo (MPSP) e da Receita Federal expôs, nesta quinta-feira (25), um esquema de lavagem de dinheiro atribuído à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). O grupo usava setores como combustíveis, motéis, franquias e jogos de azar para dar aparência de legalidade a recursos obtidos de forma ilícita.
A ação, batizada de Operação Spare, é um desdobramento da Carbono Oculto, que já havia identificado movimentações da facção por meio de fintechs do sistema financeiro da Faria Lima. De acordo com as investigações, os valores eram inseridos no mercado formal por meio de empresas operacionais ligadas ao grupo.
Foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão em sete municípios: São Paulo (19 mandados), Santo André (2), Barueri, Bertioga, Campos do Jordão e Osasco. Os investigados são suspeitos de usar postos de combustível, empreendimentos imobiliários, motéis e redes de franquias como instrumentos de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.
Segundo o MP e a Receita, os recursos tinham origem principalmente em jogos de azar clandestinos e em crimes contra as relações de consumo. O esquema começou a ser rastreado após a apreensão de máquinas de pagamento em casas de jogos ilegais em Santos. Valores captados por meio desses equipamentos, em nome de postos de combustível, eram transferidos quase integralmente para a fintech BK Bank.